Apesar de o prefeito Marcio Lacerda (PSB) ter vetado, na segunda-feira, a proposta de aumento dos de 61,8% para os vereadores de BH, os grupos que movimentaram as redes sociais e protestaram na porta da prefeitura continuam empenhados. O movimento “Estamos de Olho” publicou, nesta quarta-feira, mais um vídeo. Desta vez, o grupo destacou a participação da sociedade, que se posicionou contrariamente ao reajuste. O veto foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM) nessa terça-feira. Na justificativa, a Procuradoria Geral do Município (PGM) concluiu que “a Constituição da República não fixa o subsídio dos vereadores em 75% dos subsídios dos deputados estaduais – trata-se de limite máximo referencial”.
A iniciativa do “Estamos de Olho” é de dois amigos, Fabrício Goulart, 26 anos, e Fábio Vieira, 29, que trabalham com conteúdo multimídia. Segundo Fabrício, a ideia do vídeo surgiu após ficarem cansados de ver o comercial na TV com informações que não conferiam com a realidade. Ainda segundo ele, essa foi uma forma de contribuir com o movimento. “Desde aquela época em que as pessoas foram com as cara pintadas para as ruas, eu nunca tinha visto uma mobilização dessa maneira”, ressaltou.
Confira o vídeo
Mobilização popular será permanente
O fracassado reajuste para os vereadores de Belo Horizonte deixou como herança eleitores mais mobilizados, que prometem “ocupar” permanentemente a Câmara Municipal. Além do Veta, Lacerda, movimento que foi às ruas pedir a negativa do prefeito ao reajuste, as redes sociais criaram o Ocupe a Câmara. Ontem, responsáveis pela iniciativa lançaram um cadastro de interessados em se revezar nas galerias do Legislativo Municipal para acompanhar as votações.
A ideia é nunca deixar os vereadores sozinhos no plenário, para evitar “surpresas” nas votações. Ao se inscrever, a pessoa informa sua disponibilidade de acompanhamento das sessões, e os horários de rodízio serão definidos pelos moderadores do grupo no Facebook. Eles consideram que a pressão popular foi fundamental para impedir o reajuste de 61,8% no salário dos vereadores.
Com informações de Amanda Almeida e Juliana Cipriani