O Ministério da Integração acaba de confirmar a saída de Elias Fernandes da diretoria do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). O secretário Nacional de Irrigação, Ramon Rodrigues, assume interinamente o cargo. Fernandes é acusado de ter favorecido o filho, Gustavo Fernandes (PMDB), para candidatura na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, em 2010, após R$ 12,2 milhões em recursos públicos terem abastecido convênios do estado com o Ministério da Integração Nacional. A demissão teria sido uma ordem direta da presidente Dilma Rousseff, que sentiu afrontada com a declaração do líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de que a presidente não iria criar uma crise com o maior partido da base aliada.
A negociação foi feita por intensa troca de telefonemas, já que o líder está em Natal, os ministros em Brasília, e Temer em São Paulo. No meio da manhã, ficou acordado que Elias Fernandes tomaria a iniciativa de pedir demissão, mas Fernando Bezerra teria que se comprometer a dar uma declaração sobre "a lisura dos procedimentos" do diretor do Dnocs à frente do órgão. Em conversa anterior com Temer e Henrique Alves, o ministro Bezerra já havia acolhido a defesa de Elias Fernandes,contestando a participação do diretor em desvios de recursos do órgão, por meio de licitações superfaturadas.
Segundo nota do Ministério, "após reunião de trabalho com o ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, o senhor Elias Fernandes pediu nesta quinta feira exoneração da diretoria-geral do Departamento Nacional Obras Contra as Secas (Denocs) em função da reestruturação dos quadros das empresas vinculadas à pasta. O secretário Nacional de Irrigação, Ramon Rodrigues, assume interinamente o cargo.
Pelo twitter, o deputado Henrique Eduardo Alves, que é padrinho político de Elias Fernandes e foi o responsável pela indicação dele para o cargo no ministério, teceu um longo comentário que necessitou 20 twettes para ser concluído. No relato, ele conta que seu apadrinhado entrou em contato por telefone, agradecendo o apoio e a “irrestrita solidariedade”, e informando que havia se reunido com o ministro Fernando Bezerra e estava deixando o cargo, para evitar uma crise política envolvendo seu partido, o PMDB.
Com Agências Estado e Brasil