O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad definiu na manhã deste sábado, com dirigentes de sua legenda, as diretrizes para as alianças que serão fechadas em torno de sua candidatura. Segundo ele, um acordo com o PSD (partido do atual prefeito Gilberto Kassab) não é prioridade neste momento. "Na nossa opinião, não houve uma aproximação formal do PSD, os dirigentes do PT não foram procurados e o PSD deixou claro que tem outras prioridades. A nossa prioridade, é a busca de coligação com os partidos da base aliada do governo Dilma", afirmou o ex-ministro da Educação.
De acordo com Haddad, os 19 participantes do conselho político de sua pré-campanha foram unânimes na decisão de focar as negociações com as seguintes legendas: PR, PDT, PCdoB e PMDB. O pré-candidato disse que o objetivo é discutir com os aliados tradicionais o projeto político da coligação, sem que isso passe por cima dos interesses do PT em São Paulo. "Não queremos que qualquer aliança rebaixe nossas pretensões de atuação na cidade" reforçou. E voltou a dizer que a proposta feita por Kassab ainda é incipiente e que o PSD passa por um processo de "aproximação nacional que não teve reflexos por aqui."
Ao falar de sua plataforma de campanha, ressaltou: "O sentimento do PT é de mudança e, na minha opinião, está sintonizado com o sentimento da população. Vamos ser coerentes com as nossas atitudes até aqui. Queremos apresentar um projeto sintonizado com este sentimento. Há pretensões de resgatar bandeiras históricas e não vamos abdicar disso por conveniência eleitoral."
O petista disse também que apesar da sugestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de discutir a proposta de aliança com Kassab, o conselho político de sua campanha acha que é preciso aprofundar o diálogo com os partidos da base, independentemente se eles já têm ou não candidato, uma vez que as alianças podem ocorrer também no segundo turno.
Fernando Haddad revelou que os aliados estão pedindo um tempo para deliberar sobre um possível acordo e ver a evolução das candidaturas. Por enquanto, as conversas estão mais avançadas com o PR.
Ainda sobre o partido de Kassab, Haddad negou que haja um racha no PT com relação a um eventual acordo. "Não vamos omitir da opinião pública que este debate existe. O debate existe, posições divergentes existem, mas o que foi decidido unanimemente é que o debate não pode ser interditado", ponderou.