Nos últimos meses, milhares de haitianos entraram no Brasil para fugir das dificuldades no país – o mais pobre das Américas, registrando elevados índices de mortalidade infantil, criminalidade e fome. Os imigrantes entram, em sua maioria, por Tabatinga, no Amazonas, e Brasileia, no Acre. Mas também ingressam no país por Rondônia.
Pela decisão do governo brasileiro, cada visto permitirá ao cidadão haitiano trazer a mulher, o marido ou companheiro, o pai e a mãe, além dos filhos com menos de 24 anos - desde que sejam solteiros, estudantes e dependentes financeiramente. O estrangeiro que entra no Brasil sem visto corre o risco de ser deportado.
O embaixador disse, porém, que está preocupado com o futuro dos haitianos que chegam ao Brasil. Segundo ele, em média cada imigrante gasta de US$ 3 mil a US$ 4 mil, dinheiro que ele “levará toda uma vida” para pagar. De acordo com o diplomata, a maioria consegue fazer a viagem do Haiti para o Brasil com a ajuda de “coiotes” - pessoas que atravessam os imigrantes ilegalmente pelas fronteiras, cobrando por isso.
“Esses imigrantes vão receber quanto no Brasil? vão receber salários, terão muitas dificuldades. Mesmo assim resolvem enfrentar todas as dificuldades”, disse o embaixador, que foi ao Acre e ao Amazonas para conversar com os imigrantes. “É impossível se colocar no lugar dessas pessoas. Só sabe o que sente e o drama de um imigrante outro igual a ele.”