“Fomos eleitos na oposição e vamos continuar nela”, afirma o deputado federal Antônio Andrade (PMDB), presidente da legenda em Minas. Segundo ele, a orientação é fazer uma “oposição programática”, ajudando o estado em questões consideradas fundamentais, como o endividamento de Minas Gerais, assunto que vai ser debatido pela Assembleia durante seminário a ser realizado nos próximos dias.
Outras mudanças nas lideranças devem acontecer nos próximos dias em função da disputa municipal. O governo terá de mudar o comando da sua base no Legislativo, atualmente nas mãos do deputado estadual Luiz Humberto (PSDB), pré-candidato à Prefeitura de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Um dos cotados para assumir o cargo é o atual líder do PSDB, deputado Bonifácio Mourão. Mas tudo depende das discussões em torno das eleições para Governador Valadares, no Leste mineiro, onde é grande a pressão para que o deputado dispute a prefeitura, que já chegou a ser comandada por ele.
Também pode haver alterações na liderança da maioria, ocupada pelo deputado estadual Gustavo Valadares, que deixou recentemente o Democratas para se filiar ao PSD. O novo partido reivindica uma pasta na reforma que o governador Anastasia pretende fazer até o prazo de desincompatibilização dos secretários que pretendem disputar as eleições este ano. O partido quer uma secretaria de peso e ameaça se manter “independente” caso o pedido não seja atendido. Se isso acontecer, Valadares deve perder o cargo de líder da maioria.
Segurança Pública
Nessa quinta, durante a primeira sessão de votação do Legislativo, não houve quórum. Os deputados da oposição chegaram a se inscrever para falar, mas a base de governo esvaziou a sessão e ela não chegou nem a ser aberta. Os sete vetos do governador a projetos de lei aprovados pelos deputados seriam lidos em plenário, primeiro passo para sua tramitação. Também seria apresentado o projeto com a nova lei orgânica da Polícia Civil, uma das matérias mais polêmicas que devem tramitar este ano.
O presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado João Leite (PSDB), disse que, apesar de o projeto não ter começado ainda a tramitar oficialmente, as divergências em relação ao texto enviado pelo governo esta semana já começaram. Uma das polêmicas é a manutenção do Departamento de Trânsito sob o comando da Polícia Civil e a autonomia para que o Conselho Superior da Polícia Civil tome decisões unilaterais sobre questões que envolvem segurança pública. “Vamos ter de discutir muito esse projeto antes de votar para garantir que a proposta de governo de integrar a ação das polícias seja fortalecida por essa nova lei de organização da Polícia Civil”, defende.