Poucos operários trabalhavam na obra, em terreno ao lado da Vila Castelo Branco, esta semana. O mato já sobe em moradias inacabadas. Um dos trabalhadores informou que, não raro, os serviços são interrompidos por falta de material. O secretário municipal de Obras, João Henrique Ribeiro, jogou a culpa na empresa contratada. “A Empresa Municipal de Serviços, Obras e Urbanização (Esurb) não dispõe de recursos próprios nem tem estrutura e perfil para construir um conjunto de casas.”
Para tocar o empreendimento, a prefeitura e a Caixa Econômica Federal resolveram reduzir o número de moradias para 255 e o valor da obra, de R$ 13 milhões para R$ 9,5 milhões. A Esurb vai construir apenas as iniciadas e uma empreiteira de Belo Horizonte, vencedora de nova licitação, deve concluir os serviços até março de 2013.
Enquanto isso, moradores da Vila Castelo Branco continuam convivendo com o perigo de uma rede de alta tensão próxima às suas casas. “Cansei de esperar. Nem acredito mais que as casas novas vão sair”, diz a doméstica Jaqueline Lopes Guimarães, de 31 anos, que vive em barraco junto a torres da linha de transmissão de energia da Cemig.
Também no Norte de Minas, o PAC ainda está devendo a pavimentação de trecho da BR-135, de 120 quilômetros, entre Itacarambi, Manga e Montalvânia, até a divisa com a Bahia. Aguardada por moradores da região há mais de 15 anos, a obra ficou parada por cerca de cinco anos depois de o Tribunal de Contas da União (TCU) apontar irregularidades no projeto. O asfaltamento está orçado em R$ 137 milhões.
O coordenador do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Montes Claros, Antonio Péricles, disse que um dos motivos de atraso da obra foi a necessidade de readequação no projeto. De olho no andamento da obra, o advogado Geraldo Flávio de Macedo, dirigente de organização não governamental (ONG), em Montalvânia, diz que trabalhadores contratados pela empreiteira responsável reclamam não ter recebido o 13º salário.