O presidente municipal do DEM em São Paulo, Alexandre de Moraes, também desfiou críticas indiretas ao partido de Kassab. O dirigente do DEM atacou o que chamou de "adesismo gratuito", destacou a necessidade de uma oposição com "bom senso" e defendeu a alternância do poder no governo federal. "Os que permaneceram na sigla ficaram pela honestidade e lealdade." Na mesma linha, o líder do DEM na Câmara dos Deputados avaliou que ficaram no partido aqueles que prezaram pela coerência e observou que o DEM, diferentemente de outras siglas, não aderiu ao governo federal. "Nós poderíamos ter escolhido o caminho mais fácil e menos tortuoso e ter virado governo, mas optamos por manter uma posição histórica", ressaltou ACM Neto. "Se nós estávamos vivos, estaremos muito mais daqui para a frente", pregou o presidente nacional do DEM.
As críticas indiretas ao PSD, alvo preferencial da sigla no evento, foram intercaladas com elogios ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Convidado para seminário, o tucano trocou afagos públicos com lideranças do DEM, em mais um sinal de que PSDB e DEM devem compor uma aliança na sucessão à Prefeitura de São Paulo. Em discurso, o governador de São Paulo destacou que, embora sejam siglas diferentes, os dois partidos compartilham "princípios" e "valores" e são "parceiros" para servir ao povo brasileiro.
O aceno político do tucano foi retribuído pelo presidente nacional do DEM, o qual, também em discurso, elogiou Alckmin como homem público "decente" e "competente". "O DEM como partido em São Paulo e no Brasil, agradece a solidariedade do governador nos momentos mais difíceis, quando você não nos faltou", afirmou Agripino Maia. "Se você não faltou, nós não lhe faltaremos", acrescentou.
O governador de São Paulo também recebeu elogios do presidente estadual e pré-candidato do DEM à Prefeitura de São Paulo, Rodrigo Garcia, que, também em discurso, avaliou a administração estadual como limpa e coerente e considerou estratégica a aliança entre PSDB e DEM que elegeu Geraldo Alckmin como governador de São Paulo em 2010. Na avaliação de uma liderança do DEM, presente no evento, a troca de afagos demonstra que a composição de uma aliança entre as duas siglas é uma "questão de dias".
O governador de São Paulo tem investido nas últimas semanas em uma aproximação com o DEM, estratégia para evitar que o PSDB fique dependente de um acordo com o PSD. O tucano, que, na semana passada, não descartou apoiar o vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD) para a disputa municipal, tem dito a auxiliares próximos que uma composição com o DEM, sigla que detém o quarto maior tempo de televisão, é uma das atuais prioridades do PSDB. O presidente nacional do DEM tem frisado também que uma aliança com o PSDB não é compulsória, mas preferencial para a sucessão à Prefeitura de São Paulo.