Em reunião com o primeiro escalão ontem à tarde, Marcio Lacerda reiterou o recado àqueles que, acredita, se preparam para obstruir o andamento do governo: “Não misturem as coisas. Não prejudiquem o serviço prestado à população”. Vários interlocutores próximos a Lacerda o têm advertido de que aliados defensores da candidatura própria do PT estariam se reunindo para discutir estratégias de como atravancar a administração municipal. Alguns vídeos dessas reuniões teriam chegado às mãos de Lacerda, o que não é confirmado pelo prefeito.
“Temos notícias de muitas reuniões que estão acontecendo entre militantes da causa de candidatura própria, com pessoas da estrutura da PBH. Recebemos muita informação de um clima muito ruim, do que deveria ser a disputa política para a eleição e começa a transbordar para um nível baixo da política”, assinalou.
No PT, todas as propostas a serem defendidas no próximo Encontro de Tática Eleitoral defendem a reedição da aliança com o socialista, exceção à tese de Roberto Carvalho, que prega a candidatura própria. Com um relacionamento difícil, que foi se tornando mais áspero ao longo do governo, Marcio Lacerda e Roberto Carvalho não têm mais qualquer interlocução política. Outros grupos no PT , que inclusive estão no primeiro escalão, se encarregam do diálogo com o prefeito, que tem também a simpatia da direção nacional do PT, interessada na aliança estratégica com socialistas.
Tucanos na aliança Enquanto petistas debatem internamente se irão reeditar a aliança com o PSB – e o conjunto das propostas a serem apresentadas no Encontro de Tática Eleitoral vão nesta direção – os tucanos reiteraram ontem, no Palácio Tiradentes, a intenção de apoio ao socialista. Depois de se reunir com o governador Antonio Anastasia e com o senador Aécio Neves, Lacerda afirmou: “Temos compromisso que será cumprido de ter o PSDB como parceiro formal dentro da aliança. Temos muita tranquilidade em relação a isso, pois o PT estará também dentro dessa aliança indicando o candidato a vice”. Lacerda procurou diferenciar o contexto da sucessão municipal da disputa presidencial de 2014, na qual o PT conta com o apoio do PSB. Jogando a decisão política para o seu partido, Lacerda considerou quando indagado se apoiará Aécio Neves (PSDB) em sua candidatura à Presidência da República. “O senador Aécio certamente acha que é muito cedo para isso, tem uma posição muito tranquila dentro do PSDB e provavelmente será candidato. Se terá o apoio do PSB, não sei”, considerou Lacerda.
Também Aécio Neves procurou desvincular o apoio ao socialista em 2014, negando qualquer intenção ou negociação em curso para apoiar Lacerda ao governo de Minas. “Não se cogita isso. Ele é candidato à PBH . O que se discute é o apoio do PSDB à sua candidatura à PBH”, garantiu.