O relator original do processo era o ministro Joaquim Barbosa, mas o caso foi parar no gabinete de Lewandowski porque Barbosa já não estava no gabinete quando o processo chegou no STF, na noite do dia 19 de dezembro. Por precaução, Lewandowski decidiu suspender as investigações do CNJ enquanto o caso não fosse melhor explicado, já que aquele era o último dia de trabalho antes do recesso de fim de ano.
Ao prestar informações, em janeiro, a Corregedoria do CNJ alegou que não houve qualquer quebra de sigilo. Segundo a corregedora Eliana Calmon, os relatórios que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) forneceu ao CNJ não faziam qualquer menção a nomes nem a CPFs de juízes e servidores, apenas indicavam os tribunais onde existiam movimentações atípicas.
Assim que o STF voltou ao trabalho, no dia 1º de fevereiro, as associações entraram com novo um pedido para que o relator do processo fosse substituído, passando para as mãos de Luiz Fux. O grupo alegou que outra associação de juízes, a Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (Anamages), havia solicitado a mesma interrupção das investigações do CNJ, porém, três dias antes. Citando o regimento interno do STF, as entidades argumentam que quando há duas ações sobre o mesmo assunto, o caso deve ficar sob responsabilidade do ministro que recebeu o processo primeiro, no caso, Fux.
Em resposta ao pedido, Barbosa mandou todo o processo para que o presidente do STF, Cezar Peluso, decida quem deve ser relator, mas até agora ele não se manifestou. De acordo com a assessoria do STF, qualquer que seja a resposta do presidente, o novo relator não poderá mudar a liminar que já foi dada por Lewandowski, restando apenas a análise do mérito do mandado de segurança.