Com o fim do tratamento de radioterapia, cuja última sessão está marcada para a sexta-feira da próxima semana, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve passar por uma bateria de exames para avaliar sua recuperação do câncer na laringe, diagnosticado em outubro. A perspectiva da equipe médica é "bastante positiva" e a expectativa é de que o petista não precise mais, daqui para a frente, ser submetido a sessões de quimioterapia ou de radioterapia. O último exame detalhado realizado por Lula, em dezembro, apontou uma redução do tumor de 75% em relação ao seu tamanho inicial, de 2,5 centímetros de diâmetro. Esse diagnóstico, que apresentou um resultado acima do esperado, foi feito antes do terceiro e último ciclo de quimioterapia, realizado também em dezembro.
"As datas dos exames poderão sofrer alterações diante da recuperação do ex-presidente às sessões de radioterapia", explicou um dos membros da equipe médica. Nos dois primeiros anos, a partir da conclusão dessa fase do tratamento médico, o petista fará acompanhamento médico bimestral ou trimestral, o qual deve se tornar quadrissemestral ou semestral nos anos seguintes.
Nas últimas semanas, o ex-presidente tem evitado despachar na sede do Instituto Lula, na capital paulista. Após as sessões de radioterapia, no Hospital Sírio-Libanês, o petista, que tem apresentado rouquidão e incômodo na laringe, tem retornado ao seu apartamento, na região central de São Bernardo do Campo (SP). Ainda que debilitado, o ex-presidente não abriu mão das articulações políticas. Por telefone, ele garantiu que a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy permanecesse na vice-presidência do Senado Federal e que o deputado federal Jilmar Tatto (SP) fosse eleito à liderança do PT na Câmara dos Deputados.
A última sessão de radioterapia, marcada para o dia 17 de fevereiro, será realizada na véspera do Carnaval. A expectativa de assessores do Instituto Lula é de que ele participe do desfile da Gaviões da Fiel, uma das escolas de samba de São Paulo, cujo enredo deste ano homenageia o ex-presidente. A equipe médica é cautelosa quanto à presença do ex-presidente no Sambódromo do Anhembi. "É possível que ele desfile, mas só o tempo vai dizer", afirmou um dos médicos.