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Estado de Minas

Prefeita de Mariana pode ter mandato cassada nesta quinta

Terezinha Ramos (PTB)é acusada de usar dinheiro público para pagar despesas pessoais


postado em 09/02/2012 06:00 / atualizado em 09/02/2012 07:31

 

A prefeita Terezinha Ramos (PTB) tomou posse em 9 de março mas ficou apenas dois meses no cargo(foto: Mateus Meireles/Jornal Ponto Final %u2013 9/3/10)
A prefeita Terezinha Ramos (PTB) tomou posse em 9 de março mas ficou apenas dois meses no cargo (foto: Mateus Meireles/Jornal Ponto Final %u2013 9/3/10)

 

A novela política em Mariana, na Região Central de Minas, que se estende desde a eleição do prefeito Roque Camello (PSDB), em 2008, parece não ter fim. A cidade corre o risco de ter de ir para a quinta administração, no intervalo de três anos, caso a prefeita Terezinha Ramos (PTB) perca o mandato nesta quinta-feira. Ela se tornou alvo de uma Comissão Processante (CP), aberta em 11 de novembro do ano passado, depois de ter sido acusada de usar dinheiro público para pagar despesas pessoais.

 

Segundo a denúncia, de autoria do engenheiro Marcius Costa Machado, ela teria gastado R$ 98 mil com advogados que a defenderam no processo eleitoral. A mesma denúncia foi apurada pelo Ministério Público Estadual que, há dois meses, já havia pedido à justiça o afastamento da prefeita do cargo. A Promotoria do Patrimônio Público constatou irregularidades no contrato entre o Executivo municipal e o escritório de advocacia, cujo proprietário era também sócio do advogado particular da petebista e então procurador-geral do município.

Depois de analisar os documentos e ouvir as testemunhas de defesa e acusação, a Comissão emitiu um parecer que será lido esta manhã em plenário. Depois da leitura do documento, os vereadores julgarão o processo. Se os parlamentares votarem pela cassação – são necessários sete votos favoráveis – será dada posse imediata ao vice-prefeito Roberto Rodrigues (PTB). Caso contrário, a denúncia será arquivada.

O presidente da Comissão, Bruno Mol (PSDB), acredita que o voto dos parlamentares será baseado nos pareceres da CP e da defesa. “Como estávamos em recesso, acredito que não houve articulação política”, ressaltou, sem querer apostar num resultado. Corre ainda o risco de a reunião ser adiada para a sexta-feira, se a defesa da prefeita não comparecer ao julgamento. Caso isso ocorra, será convocado um defensor dativo, conforme informou a assessoria da Casa. A prefeita não quis falar nessa quarta-feira  sobre o assunto. A assessoria de imprensa do Executivo informou que ela estava visitando obras na cidade e só a Câmara poderia dar informações.

Imbróglio

Terezinha Ramos, segunda colocada nas eleições de 2008, assumiu a prefeitura em março de 2010, depois da cassação do prefeito eleito Roque Camello (PSDB) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Dois meses depois, em maio, ela foi afastada pela Justiça eleitoral, por supostas irregularidades na prestação de contas de campanha. Em agosto de 2011, ela reassumiu a função, depois de intensa batalha judicial.

Durante o período em que Terezinha esteve fora da prefeitura, o então presidente da Câmara Raimundo Horta (PTB), esteve no comando de Mariana entre maio e dezembro de 2010. Em janeiro do ano passado, houve nova eleição para a presidência do Legislativo municipal e o vencedor, Geraldo Sales (PDT), exerceu interinamente a prefeitura até agosto, quando Terezinha reassumiu a cadeira.

 

 


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