A senadora Marta Suplicy (PT-SP) considera um "pesadelo" a possibilidade de aliança entre o candidato petista Fernando Haddad, e o PSD do prefeito Gilberto Kassab (PSD). Marta desistiu da disputa em São Paulo, a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas até agora não entrou na campanha de Haddad.
"Eu tenho o direito de não mergulhar de cabeça e aguardar a decisão do meu partido sobre a aliança. Preciso ser muito cuidadosa, porque senão corro o risco de acordar num palanque de mãos dadas com Kassab", disse Marta. "Estou vendo um esforço grande para a coligação, mas isso me parece muito complicado."
A proposta de aliança, feita por Kassab, divide os petistas, mas se for levada adiante pelo PSD, deve ser aprovada pelo Diretório Municipal do partido, apesar das resistências. O argumento é que todo o sacrifício deve ser feito para conquistar São Paulo.
Ex-secretário de Marta quando ela foi prefeita, o novo líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), discordou da avaliação da senadora. "Se o Kassab fizer uma autocrítica, não vejo problema na aliança. Acho um pressuposto muito ruim a ideia de recusar apoio", afirmou. Tatto pediu "muita paciência" ao PT, disse que nada está fechado e defendeu a parceria com o PMDB para vice na chapa liderada por Haddad. Hoje, o pré-candidato do PMDB à sucessão de Kassab é o deputado Gabriel Chalita.
Ao lado de Tatto, o deputado André Vargas (PT-PR) foi na mesma linha. "É isso mesmo. Em Curitiba, nós fazemos aliança com Fruet e, em São Paulo, vocês aceitam Kassab", afirmou Vargas, numa referência ao pré-candidato do PDT à Prefeitura de Curitiba, Gustavo Fruet.()