Brasília – O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF/SP) apresentou esta semana apelação à Justiça contra o arquivamento da ação penal resultante da Operação Satiagraha. Em novembro do ano passado, o descarte da ação dispensou o banqueiro Daniel Dantas e mais 13 pessoas de responderem pelos crimes de formação de quadrilha, gestão fraudulenta, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
O Ministério Público, no entanto, acha que a interpretação do juiz foi muito abrangente e que apenas parte da ação foi prejudicada com a decisão do STJ - a que trata sobre corrupção, interceptações telefônicas e uma fração da ação por lavagem e crimes financeiros. A apelação foi encaminhada para o Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
O MPF acredita que seis das sete imputações penais que a Procuradoria da República apresentou contra Dantas vêm de provas colhidas antes da interceptação telefônica considerada ilegal. Como exemplo, o órgão cita declarações prestadas no inquérito policial, pesquisas em bancos de dados de juntas comerciais, auditoria feitas na Brasil Telecom, busca e apreensão de dados do Banco Opportunity e informações do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários.