Na ponta do lápis, saíram do bolso do contribuinte da capital mineira R$ 336,6 mil para manter os salários dos vereadores e seus gabinetes, durante os três meses em que estão impedidos de legislar. Os salários deles, de R$ 9,2 mil, continuarão sendo pagos, “com base em lei federal”. O procurador da Câmara, Bruno Burgarelli, explicou que a Lei Orgânica do Município e o regimento interno da Casa permitem o funcionamento dos escritórios no prazo de 60 dias a partir do início da sessão legislativa. “Os vereadores querem o gabinete, mas não faz sentido continuar gastando com isso”, acrescentou Burguês.
O vereador Hugo Thomé ficou surpreso ao ficar sabendo, pela reportagem, que vai perder a estrutura na Câmara. “Não vou me manifestar agora, prefiro esperar para saber o que vai acontecer. Vamos ver o que podemos fazer para ajustar isso”, disse. Carlúcio não retornou as ligações.
Justiça
Os atos do presidente não desagradaram só aos vereadores afastados, mas também aos suplentes que aguardavam a posse para o dia 1º. Betinho Duarte afirmou que vai recorrer à Justiça para ser empossado. Ele disse que ainda não foi informado sobre a “desconvocação”. “Se houver necessidade de entrar na Justiça o partido já assumiu o compromisso que vai contratar uma advogada”, contou. Pastor Maurício também preferiu não antecipar uma possível atitude. “Para mim está valendo o que foi publicado. Eu tomo posse em primeiro de março”, disse.
A convocação foi feita no mês passado pelo então presidente interino do Legislativo, Alexandre Gomes (PSB). O argumento era de que o regimento interno da Casa previa apenas um afastamento de 60 dias para os vereadores. A decisão causou mal-estar entre os parlamentares.