Também por falta de quórum, a comissão não votou a indicação do atual superintendente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Roberto Tadeu Antunes Fernandes para ocupar um cargo na diretoria da autarquia.
Não foi sequer preciso a base aliada usar sua vantagem numérica na comissão para derrubar o requerimento solicitando a ida de Mantega e Denucci ao Senado. Os governistas contam com 80% das cadeiras do colegiado.
Delcídio Amaral até avisou aos poucos senadores presentes que iria esperar o fim da reunião do conselho, no Palácio do Planalto, para abrir os trabalhos. Mas, dado o adiantado da hora preferiu cancelar o encontro. Ao final, apenas 11 senadores compareceram - era necessário mais três integrantes da comissão para começar a reunião da CAE.
Denucci foi demitido no final de janeiro sob suspeita de ter recebido propina de fornecedores da Casa da Moeda. Reportagem do jornal Folha de S.Paulo denunciou que o presidente da instituição tinha aberto offshores em paraísos fiscais e movimentado R$ 25 milhões.
Mantega admitiu ter sido avisado, em 2010, que Denucci teve um problema em 2001 com a Receita Federal, mas afirmou não ter visto motivo para demissão, naquela ocasião. O ministro da Fazenda também é questionado sobre o motivo que o levou a aceitar a indicação do PTB para abrigar Denucci em um cargo eminentemente técnico.
No último domingo, o jornal O Estado de S.Paulo apontou que o arco de apoios políticos que sustentavam Denucci no cargo ia além do PTB: o ex-presidente Lula, o presidente do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), o ex-ministro Delfim Netto e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro.