A oposição na Câmara dos Deputados e no Senado decidiu nesta terça-feira investir em duas frentes para investigar a ligação do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, com a advogada Christiane Araújo de Oliveira, ligada ao delator do esquema de corrupção no Distrito Federal, Durval Barbosa.
Na época, em 2009, Carvalho era chefe do gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A advogada também teria se relacionado com o então advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). E essa proximidade, segundo a revista, teria resultado na recondução de Leonardo Bandarra, ligado a Barbosa, ao cargo de procurador-geral da Justiça do DF. Os e-mails mostram o pedido de Christiane para manter Bandarra no cargo e a iniciativa do ministro em atendê-la.
Já no Senado, o líder do DEM, Demóstenes Torres (GO), informou que a oposição fará uma representação ao Ministério Público Federal contra Gilberto Carvalho. "É necessário a abertura de um inquérito civil público para apurar o ato de improbidade administrativa", afirmou. Sobre o ministro Toffoli, o líder entende que ele já é alvo de uma investigação. "Por enquanto é um problema interno do STF, que deve tomar as providências, se assim entender".
Demóstenes rebateu a acusação de governistas de que, para a oposição, "quanto pior, melhor". "Isso é ignorância, nós apostamos no futuro do Brasil, na melhora de nossas instituições e, se não tomarmos essas providencias, nós vamos estar com o governo cheio de corruptos, de delinquentes, de imorais, de pessoas que administram mal e de incompetentes".