O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad garantiu nesta quarta-feira, 15, que não vai mudar sua estratégia de campanha por conta da notícia da eventual entrada do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) nessa disputa. De acordo com Haddad, o PT já trabalhava com essa possibilidade. "Estamos trabalhando com essa hipótese desde sempre. Esse cenário é o mais provável, não muda nada. Para mim, continua tudo igual", afirmou o petista, após visita à sede do Sindicato dos Comerciários de São Paulo. Haddad argumentou que o PT nunca foi prioridade de aliança para o PSD do prefeito Gilberto Kassab e que Serra sempre esteve no topo da preferência do pessedista.
Durante a visita ao sindicato, Fernando Haddad reafirmou que espera uma campanha baseada em propostas e não focada na troca de acusações entre os candidatos. "Espero que, nesta oportunidade, os candidatos possam apresentar projetos e deixar de lado as questões criadas para diminuir reputações. Nós não faremos isso", frisou.
O petista aproveitou também para alfinetar José Serra, ao lembrar o episódio que marcou a campanha do tucano à Prefeitura, em 2004, onde depois de assinar um documento comprometendo-se a cumprir o mandato integral - ainda durante a campanha - deixou o posto com dois anos no cargo, para se lançar ao governo do Estado. "Eu levo em consideração o compromisso que as pessoas assumem publicamente", disparou.
Indivíduos perturbados
O pré-candidato do PT falou também que não teme o uso político do chamado kit anti-homofobia, encomendado pelo Ministério da Educação durante a sua gestão e que provocou muita polêmica, principalmente em setores da base aliada ligados à bancada evangélica. Alguns parlamentares evangélicos prometeram, inclusive, usar o mote contra a campanha do petista nessas eleições. Na avaliação de Haddad, a verdade vai prevalecer sob quaisquer circunstâncias neste caso: "Ninguém tem compromisso com a mentira. A verdade prevalecendo, não tem o que temer."
A respeito da polêmica que o tema tem gerado, Haddad afirmou que se preocupa com o incentivo à violência que esses comentários podem gerar, mesmo quando os oponentes fazem sem a intenção de gerar violência. "Muitas vezes, as pessoas não se dão conta do quanto esse tipo de abordagem acaba liberando, em alguns indivíduos perturbados, forças obscurantistas. É a única preocupação que tenho."
O petista comentou, ainda, sobre a possível ausência da presidente Dilma Rousseff em sua campanha à Prefeitura de São Paulo. E disse que irá respeitar as decisões da presidente: "É natural que ela pondere a conveniência política à luz dos interesses da manutenção de uma coalização". Na reunião do conselho político, ontem em Brasília, a presidente Dilma assegurou que o governo federal não se envolverá na campanha eleitoral nas cidades onde houver mais de um candidato da base aliada na disputa. Este é o caso do pleito em São Paulo que, além de Haddad, tem o peemedebista e deputado federal Gabriel Chalita no páreo.