Haddad disse a mais de um correligionário nos últimos dias que prefere Serra porque este cenário retoma a lógica da polarização PT x PSDB e “coloca as coisas em seu devido lugar”. A lógica do pré-candidato petista, porém, contraria o pragmatismo político da cúpula petista, que trabalha abertamente pela aliança com o prefeito.
‘Desde sempre’
Ontem, em conversa com jornalistas, Fernando Haddad voltou a afirmar que a unidade do partido é o patrimônio que tem a apresentar na eleição e afirmou que não vai mudar sua estratégia caso Serra entre na disputa.
De acordo com petista, o PT já trabalhava com este cenário. “Estamos trabalhando com essa hipótese desde sempre. Este cenário é o mais provável, não muda nada. Para mim, continua tudo igual”, afirmou o petista após visita à sede do Sindicato dos Comerciários de São Paulo.
A entidade é comandada pelo sindicalista Ricardo Patah, que também preside a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e é filiado ao PSD. Haddad argumentou que o PT nunca foi prioridade de aliança para o partido do prefeito Gilberto Kassab e que o ex-governador José Serra sempre esteve no topo da preferência do pessedista.
O ex-ministro aproveitou também para alfinetar Serra, ao ser questionado sobre as pretensões nacionais do tucano e o episódio em que o ex-governador assinou, em 2004, um documento comprometendo-se a cumprir o mandato de prefeito integralmente, mas, após eleito, deixou a Prefeitura em 2006 para disputar a Presidência. “Eu levo em consideração o compromisso que as pessoas assumem publicamente”, disse Haddad.