O PT de Belo Horizonte ainda nem resolveu a briga interna para ver se apoia ou não a reeleição do prefeito Marcio Lacerda (PSB) e uma outra disputa avança no bastidor: quem vai ser o vice na chapa do socialista. Rompido com o atual companheiro, Roberto Carvalho – que inclusive trabalha por uma candidatura própria do partido –, Lacerda deverá ter um outro petista ao seu lado para concorrer a mais quatro anos de mandato. Pelo menos quatro nomes se movimentam com mais força pela vaga, que pode ser ainda mais atraente. Com a possibilidade de Lacerda concorrer ao governo do estado em 2014, o novo vice pode ser alçado a titular para os dois anos restantes à frente da prefeitura.
Nomes colocados, o quadro só deve se definir em 18 de março. Nesta data serão eleitos os delegados para o encontro da legenda que escolherá a tática eleitoral. Esta pode caminhar para o apoio a Lacerda ou um nome do PT como cabeça de chapa. Certos de que a primeira opção vai vencer, apoiadores da aliança tentam emplacar um vice. Estão no páreo o presidente estadual do PT, Reginaldo Lopes, o deputado federal Miguel Corrêa Junior, o ex-deputado federal Virgílio Guimarães e o estadual André Quintão. Por fora correm também, sem grandes chances, os nomes do deputado estadual Paulo Lamac e do secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães.
Tudo vai depender de quem tem o maior grupo. Os mais empenhados em garantir a vaga de vice seriam Miguel e André. O primeiro leva vantagem por ter um grande número de apoiadores no PT de BH. É aliado de primeira hora do ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e tem trânsito entre os vereadores de BH. Já André Quintão tem a seu favor o fato de representar o grupo do ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, que agrega uma grande ala do partido. Reginaldo Lopes, apesar de ser outra opção para pacificar o partido, poderia abrir mão em favor de Miguel Corrêa. Virgílio Guimarães também estaria disponibilizando o nome, mas sem trazer consigo um grupo de peso.
O trabalho é para evitar levar a escolha do vice para a votação. O PT já antecipou seu calendário deixando para janeiro a inscrição das teses de atuação nas eleições e quer definir o mais cedo possível a chapa para as eleições. Por enquanto, os “candidatos” a vice adotam a cautela. André Quintão disse desconhecer seu nome entre as possibilidades. “A prioridade do PT neste momento é decidir se vai apoiar ou não o Marcio Lacerda, definir qual será a tática eleitoral. Qualquer discussão sobre vice é prematura”, afirmou.
Discurso semelhante tem Reginaldo Lopes, que transferiu seu título eleitoral para Belo Horizonte. Apesar da mudança, ele nega que tenha relação com a composição de chapa. “Vim para ajudar na unidade partidária. Essa questão de ser vice é uma conjuntura política do partido, não existe candidato a vice e portanto eu não sou”, afirmou.
Já Miguel Corrêa indicou a disposição de entrar na chapa, mas acredita que só dentro de dois meses isso será decidido. “Toda pessoa que está na vida pública e tem carinho especial por sua cidade quer. Para mim, seria uma honra compor chapa com o Marcio Lacerda”, afirmou.