Jornal Estado de Minas

O silêncio da ex-senadora Marina Silva

Erich Decat
À parte da polarização de boa parte da política brasileira na disputa entre PT e PSDB, uma das questões que se anunciam para as próximas eleições municipais diz respeito a como será utilizado o capital político construído pela ex-senadora Marina Silva (AC) no último pleito presidencial, quando ela atingiu a surpreendente marca de 19,5 milhões de votos em todo o país. Segundo aliados de Marina, o atual silêncio da política acreana é estratégico. “A Marina está num momento de 100% de controle da sua agenda”, ressalta João Paulo Capobianco, coordenador de campanha da ex-senadora nas eleições de 2010.
O silêncio também coloca uma incógnita sobre o futuro partidário de Marina. O ingresso numa nova legenda está descartado, no momento. A criação de um novo partido não passa de um possibilidade distante, a ser materializada depois de outubro. “Ela poderá ter um peso muito grande nas eleições municipais, com os candidatos que aderirem à agenda da sustentabilidade urbana”, acrescenta Capobianco.

Para os especialistas, ao privilegiar a agenda da sustentabilidade, a candidata se afasta da política partidária, o que pode confundir seu eleitorado. “Dentro desse contexto, vai ser muito eclético. Pode ocorrer apoio ao PT em um lugar e em outro ao PSDB. Isso pode confundir um pouco”, avaliou o cientista político da Universidade de Brasília David Fleischer.

Em razão da falta de um palanque, Marina deve permanecer sob os holofotes em eventos como a Rio%2b20, prevista para junho. Em relação aos debates previstos no Congresso Nacional, Marina também deve ter destaque no debate do Código Florestal previsto para ser votado nesse semestre.