Na justificativa para apresentação da PEC, o deputado pontua que, conforme a Constituição Federal, a "transferência de militar para a inatividade deve ser objeto de lei estadual específica, de iniciativa privativa do chefe do poder Executivo". Argumenta, no entanto, que "nada impede que os princípios gerais que regulamentam a transferência militar para a inatividade sejam tratados em sede constitucional, como acontece com os servidores civis, o que possibilita a iniciativa parlamentar nessa seara".
Alencar iniciou a coleta de assinaturas para a PEC sem qualquer aviso ao líder do seu partido na Casa, e policial militar, Sargento Rodrigues. O parlamentar, no entanto, negou a possibilidade de qualquer atrito com o colega de legenda. Mas, entre os militares, diz o deputado, a proposta "cairá como uma bomba". "Vai haver uma rejeição muito grande a essa PEC entre os policiais se o texto avançar na Casa", afirma Rodrigues.
Exagero
Segundo o parlamentar, a carga horária tanto para praças quanto para oficiais é exagerada no estado. "No Corpo de Bombeiros existem escalas de 24 por 48 horas (um dia de serviço por dois de folga). O mesmo acontece na PM. Quem vê um policial se aposentando aos 48 anos não consegue medir o que se passou nos 30 anos em que serviu à corporação. Trabalhamos com as mazelas da vida. Ninguém nunca nos chama e diz ‘olha, venha aqui em casa comer um bolo de chocolate’". Rodrigues afirma que vai tentar convencer Alencar da Silveira a não levar adiante o pedido por assinaturas de apoio à PEC.
O presidente do Clube dos Oficiais da PM, coronel Edvaldo Piccinini Teixeira, criticou a ideia da PEC e disse que os militares, em função de sua rotina desgastante, deveriam permanecer com a aposentadoria aos 30 anos de serviço.