Mais um round na briga que vem sendo travada entre a Prefeitura de Belo Horizonte e os representantes da Guarda Municipal. A prefeitura abriu cinco processos disciplinares contra o presidente do Sindicato dos Guardas Municipais de Minas Gerais (Sindguardas), Pedro Ivo Bueno da Silva, autor de denúncias de irregularidades na entidade, criada há oito anos para auxiliar na segurança pública do município. Para agilizar os processos a prefeitura nomeou Mareni Linhares Saraiva, lotada na Gerência de Defensoria do Servidor, como advogada dativa do sindicalista. A indicação da defensora foi publicada no Diário Oficial do Município na semana passada.
A assessoria de comunicação da entidade, alvo de denúncias de irregularidades feitas por uma comissão da Câmara Municipal e investigadas pelo Ministério Público de Minas Gerais, afirma que todos os processos contra ele foram abertos por causa de faltas disciplinares. Pedro Ivo é acusado de “se apropriar das chaves de uma viatura para interromper o trânsito na avenida dos Andradas”, “tentativa de invasão da Câmara Municipal”, “atuação irregular quando era agente de trânsito”, “desrespeito às normas disciplinares” e de “incitar integrantes da guarda a atos de indisciplina e insubordinação ao comando”.
“Todos os processos foram originados por faltas ou atos disciplinares. Não existe sequer processo pelo fato de ele ser membro da associação”, afirma o assessor da entidade, Roger Vítor. Ele acrescenta que o sindicalista se “furta a assinar as notificações dos processos disciplinares para fugir dos processos”. Pedro Ivo contesta, dizendo ser perseguido pelo comando da guarda depois das denúncias e afirma que foi agredido por militares por se recusar a assinar as notificações. Alguns dos processos foram abertos devido à invasão da Câmara pelos guardas, no fim do ano passado, durante tentativa de votação do projeto que cria o plano de carreira da autarquia.