Brasília – A presidente Dilma Rousseff prepara o terreno para tirar o pó das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2012. Manteve intactos os recursos orçamentários para as obras de infraestrutura. Mexeu nas estruturas dos ministérios mais problemáticos – Cidades e Transportes –, diminuindo o poder político de barganha em cada um deles. A partir de agora, intensificará as viagens para acompanhar de perto os canteiros de obras. “Ela já nos passou uma lista de obras com as quais teremos atenção especial”, admite o secretário do PAC, Maurício Muniz Barretto de Carvalho.
Dilma havia dito na primeira reunião ministerial de 2012 que os investimentos federais seriam mantidos. A presidente aposta no PAC como uma maneira de garantir o crescimento da economia e a geração de empregos, mesmo diante do cenário internacional desfavorável. Dilma também avisou ao Planejamento que acompanhará de perto o programa. “Ninguém conhece o PAC como a Dilma, nem o Lula. Ela tem cada obra, cada contrato e cada orçamento na cabeça”, completa Carvalho.
Esse modelo de inspeção foi inaugurado há duas semanas, quando ela viajou para acompanhar o andamento das obras de Transposição do Rio São Francisco e de construção da Ferrovia Transnordestina. No primeiro caso, licitações tiveram que ser refeitas devido a imperícias técnicas, o que rendeu puxões de orelha no ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. Dilma também aproveitou para reunir-se com os empresários responsáveis por cada um dos trechos da obra e quis saber quais são as dificuldades para que os prazos sejam cumpridos.
Além disso, a presidente mexeu nas estruturas consideradas ineficientes. No caso dos Transportes, ela exonerou a cúpula do PR suspeita de superfaturamentos e aditivos em diversas rodovias e nomeou Paulo Sérgio Passos, que foi secretário executivo da pasta durante a gestão do senador Alfredo Nascimento (PR-AM).
Memória
Longe da tesoura
No dia 15, o governo federal anunciou cortes de R$ 55 bilhões no Orçamento da União deste ano. A tesourada, entretanto, poupou os R$ 42,557 bilhões previstos para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os R$ 27,136 bilhões do Brasil sem Miséria. Na ocasião, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, assegurou que os investimentos do PAC serão 20% maiores do que os de 2011. “É ambicioso, mas é possível. Se olharmos para os anos anteriores, o crescimento acompanhou esse ritmo. Sendo que hoje temos mais projetos e mais experiência. O Estado está mais aparelhado para realizar os investimentos neste ano. É uma meta exequível e vamos trabalhar para que ela seja cumprida”, afirmou o ministro.