“Essa questão tem que ser colocada no campo das ideias. E nesse campo temos diferenças profundas no compromisso social com os pobres. Eu não estarei ao lado dele (de Aécio)", afirmou. Para o ex-ministro, “o PT não deve se confundir com o PSDB” , partido que será adversário do PT nas eleições presidenciais de 2014. Segundo ele, os tucanos, durante a gestão do ex-governador Aécio e na atual administração de Antonio Anastasia, não tiveram compromisso com a participação popular nem um bom relacionamento com os movimentos sociais e sindicais. "Há grandes diferenças nos dois projetos. Um exemplo: a campanha salarial dos professores aqui em Minas Gerais”, criticou.
Lacerda não quis comentar as exigências de Patrus Ananias de indicar o candidato a vice-prefeito e de não dividir palanque com o senador Aécio. Ao seu lado, durante inauguração da Igreja Mundial do Poder de Deus, no Bairro Padre Eustáquio, na Região Noroeste de Belo Horizonte, o governador Antonio Anastasia não falou com os jornalistas.
Patrus defendeu ainda a indicação do deputado estadual André Quintão (PT) como candidato a vice-prefeito. Outros nomes do PT também são cotados para o cargo —como o do deputado federal Miguel Corrêa Jr., ligado ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel – caso vingue a tese da manutenção da aliança. Outra ala do partido, liderada pelo vice-prefeito Roberto Carvalho, quer o lançamento de candidatura própria com a participação do PMDB.
Contramão Já o PSDB quer o contrário do que defende o ex-ministro. Anteontem os tucanos entregaram ao prefeito uma lista das reivindicações, entre elas a indicação do candidato a vice e a participação de Aécio no horário eleitoral. O deputado federal e presidente do PSDB mineiro Marcus Pestana disse que o partido não vai aceitar participar informalmente da legenda. O deputado respondeu a Patrus, com ironia, dizendo que se ele mudar de ideia “será recebido de braços abertos”.
Mesmo dizendo que ele, o senador Aécio e o governador Anastasia fazem “questão de abrir as portas do palanque para Patrus”, Pestana rebateu ainda as críticas do ex-ministro, dizendo que há muito ele tem se equivocado em suas decisões políticas, “sempre na contramão do sentimento da população”. E exemplificou: “Em 2006 ele ficou no palanque de Newton Cardoso (PMDB). Em 2008 não participou da aliança que elegeu Lacerda e que contou com nosso apoio. Em 2010 ele ficou ao lado de Hélio Costa (ex-senador pelo PMDB), um dos políticos mais conservadores do estado, e nós ganhamos a disputa de goleada graças, em grande parte, ao carisma do senador Aécio Neves e ao apoio da população mais pobre”.