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Estado de Minas

PT e PSDB disputam destaque na aliança para reeleição de Marcio Lacerda

O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), está confiante na reedição da aliança de 2008, com PT e PSDB, mas líderes dos dois partidos exigem lugar na chapa majoritária


postado em 26/02/2012 07:46

O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), garantiu ontem que a aliança feita em 2008, entre PSB, PT e PSDB vai se repetir esse ano, mas petistas e tucanos ainda se engalfinham para decidir qual o papel de cada partido. Ambos querem indicar o vice na chapa do socialista. Em 2008, a participação do PSDB foi informal e o PT compôs chapa, indicando o vice, Roberto Carvalho. O presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana, afirmou ontem que seu partido já está no palanque de Lacerda. “Quem tem de decidir se vai participar ou não com a gente desse palanque é o PT”, provocou. Lacerda nega que os tucanos estejam interessados na vice-prefeitura. O prefeito disse que as oito reivindicações do PSDB para a aliança, entregues na sexta-feira aos socialistas, “são razoáveis”. “Vamos aprofundar essa conversa. Ainda temos muito tempo para resolver tudo isso”, minimizou.

Pela manhã, o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, defendeu a continuidade da aliança com o PSB na capital mineira, desde que o candidato a vice-prefeito seja indicado pelo PT mas deixou claro que não aceita dividir o palanque com o senador Aécio Neves (PSDB) nem com outras lideranças tucanas. O ex-ministro disse que não deve ser feita nem mesmo aliança informal com os tucanos, como aconteceu na disputa de 2008, quando o PSDB não integrou a chapa de Lacerda mas mesmo assim participou de toda a campanha, inclusive do horário eleitoral.

“Essa questão tem que ser colocada no campo das ideias. E nesse campo temos diferenças profundas no compromisso social com os pobres. Eu não estarei ao lado dele (de Aécio)", afirmou. Para o ex-ministro, “o PT não deve se confundir com o PSDB” , partido que será adversário do PT nas eleições presidenciais de 2014. Segundo ele, os tucanos, durante a gestão do ex-governador Aécio e na atual administração de Antonio Anastasia, não tiveram compromisso com a participação popular nem um bom relacionamento com os movimentos sociais e sindicais. "Há grandes diferenças nos dois projetos. Um exemplo: a campanha salarial dos professores aqui em Minas Gerais”, criticou.

Lacerda não quis comentar as exigências de Patrus Ananias de indicar o candidato a vice-prefeito e de não dividir palanque com o senador Aécio. Ao seu lado, durante inauguração da Igreja Mundial do Poder de Deus, no Bairro Padre Eustáquio, na Região Noroeste de Belo Horizonte, o governador Antonio Anastasia não falou com os jornalistas.

Patrus defendeu ainda a indicação do deputado estadual André Quintão (PT) como candidato a vice-prefeito. Outros nomes do PT também são cotados para o cargo —como o do deputado federal Miguel Corrêa Jr., ligado ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel – caso vingue a tese da manutenção da aliança. Outra ala do partido, liderada pelo vice-prefeito Roberto Carvalho, quer o lançamento de candidatura própria com a participação do PMDB.

Contramão Já o PSDB quer o contrário do que defende o ex-ministro. Anteontem os tucanos entregaram ao prefeito uma lista das reivindicações, entre elas a indicação do candidato a vice e a participação de Aécio no horário eleitoral. O deputado federal e presidente do PSDB mineiro Marcus Pestana disse que o partido não vai aceitar participar informalmente da legenda. O deputado respondeu a Patrus, com ironia, dizendo que se ele mudar de ideia “será recebido de braços abertos”.

Mesmo dizendo que ele, o senador Aécio e o governador Anastasia fazem “questão de abrir as portas do palanque para Patrus”, Pestana rebateu ainda as críticas do ex-ministro, dizendo que há muito ele tem se equivocado em suas decisões políticas, “sempre na contramão do sentimento da população”. E exemplificou: “Em 2006 ele ficou no palanque de Newton Cardoso (PMDB). Em 2008 não participou da aliança que elegeu Lacerda e que contou com nosso apoio. Em 2010 ele ficou ao lado de Hélio Costa (ex-senador pelo PMDB), um dos políticos mais conservadores do estado, e nós ganhamos a disputa de goleada graças, em grande parte, ao carisma do senador Aécio Neves e ao apoio da população mais pobre”.


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