Mesmo com sua saída e o pedido de apoio a Serra, Andrea Matarazzo defendeu o processo de prévias do parido. Ele disse não ver empecilhos para que a data da eleição interna seja adiada, o que daria mais tempo para que o ex-governador possa conversar com a militância e arregimentar apoios para a disputa. Hoje pela manhã, Alckmin reuniu-se com os outros dois pré-candidatos tucanos, o secretário estadual da Energia, José Aníbal, e o deputado federal Ricardo Trípoli, que não teriam colocado obstáculos à participação de Serra na eleição interna. No entanto, ele teriam se colocado contra o adiamento das prévias.
Alckmin deve se reunir ainda hoje com caciques tucanos para definir o procedimento para a entrada de José Serra nas prévias do partido. O comando do PSDB tem defendido que a disputa marcada para 4 de março seja adiada para o dia 18 ou 25 do mesmo mês. Uma resolução do diretório estadual do partido, que define o processo de prévias no estado, aponta que a disputa interna deve ser realizada até 31 de março.
Projeto hegemônico
Segundo Matarazzo, o ex-governador decidiu entrar na disputa eleitoral ao refletir sobre a possibilidade de o PT voltar à Prefeitura de São Paulo. Ele não acredita que o fato de Serra ter deixado a prefeitura de São Paulo para disputar a sucessão ao Palácio dos Bandeirantes em 2006 possa prejudicá-lo neste ano. "Serra tem todas as credenciais para disputar a prefeitura e ficará, provavelmente, quatro anos ou até oito anos à frente da administração municipal", previu. Ele avaliou que a demora na decisão do ex-governador de entrar na disputa deveu-se ao fato de que ele precisava refletir sobre sua participação. Para o secretário, a entrada de Serra na disputa interna não representa um golpe na democracia partidária. "Ao contrário. O processo democrático é aquele no qual qualquer candidato possa se inscrever em uma eleição interna", afirmou.
Na entrevista coletiva, o secretário da Cultura disse que não postula o cargo de vice-prefeito em uma eventual chapa "puro-sangue" tucana e fez questão, em mais de uma oportunidade, de criticar o PT, que considerou o principal adversário do PSDB em São Paulo. "Não podemos repetir a gestão nefasta e destruidora que foi feita antes de o PSDB assumir a Prefeitura de São Paulo", criticou, em referência à administração da senadora petista Marta Suplicy. Segundo ele, se o PT conquistar a prefeitura de São Paulo será o passo final do processo hegemônico do partido em todo o País. "Não será em São Paulo que o PT concluirá seu projeto de hegemonia".