O PSDB de São Paulo clareia os caminhos para que José Serra participe da disputa interna pela pré-candidatura à prefeitura de São Paulo enfrentando prévias esvaziadas. Antes mesmo de Serra entregar à executiva municipal do partido o pedido de inscrição fora de época nas prévias, os secretários estaduais Andrea Matarazzo (Cultura) e Bruno Covas (Meio Ambiente) desistiram de concorrer para apoiar o novo pré-candidato. “O nosso adversário é o PT, é ele que temos de enfrentar para evitar que cumpra o seu projeto nacional de devastar as instituições públicas”, discursou Matarazzo. Covas anunciará oficialmente hoje a desistência.
De acordo com o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), a decisão do adiamento sairá hoje à noite, após reunião da executiva municipal que oficializará a inscrição de Serra na disputa interna. Juridicamente, a mudança da data não é um problema. A cúpula do partido trabalha com brecha prevista em resolução do diretório estadual que determina 31 de março como data máxima para realização de prévias. Apesar da desistência de Matarazzo e de Covas, o quarto debate entre os pré-candidatos está mantido para hoje.
A entrada de Serra na disputa pela prefeitura e a consequente polarização entre PT e PSDB deram início à corrida para ampliar as alianças com outros partidos. Tendo em vista o tempo de TV que cada legenda pode agregar aos candidatos durante o horário eleitoral, PDT, PPS, DEM, PR PCdoB são as noivas da vez. O PSD de Kassab pode acrescentar três minutos ao programa de televisão de Serra se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entender que a sigla recém-criada tem direito ao horário eleitoral com base no número de parlamentares da Câmara.
Encontro com Alckmin
Apesar da busca do PT e do PSDB por alianças no primeiro turno, outros partidos ainda insistem na tese da candidatura própria (veja quadro ao lado). Entre os que mantêm essa posição está o pré-candidato pelo PDT Paulo Pereira da Silva. Amanhã, o deputado tem encontro marcado com o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB). O pedetista, no entanto, adianta que, se Alckmin condicionar a permanência do PDT no comando da Secretaria Estadual de Trabalho ao apoio a Serra, entregará a pasta.
Antigos aliados do PSDB, integrantes da cúpula do DEM apresentam condições para abrir mão de uma candidatura própria. “Quando conversarmos, não estará em pauta apenas o cenário de São Paulo, mas de todo o país. Lógico que as compensações terão que ser avaliadas”, ressalta o senador José Agripino Maia (RN), presidente do DEM. As compensações seriam o apoio de tucanos a candidaturas em Salvador, Recife e Macapá. O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), afirma que o partido seguirá com a pré-candidatura de Soninha Francine.