Jornal Estado de Minas

Com Serra na disputa, Haddad faz discurso da mudança

O petista disse que espera de todos os candidatos uma campanha com menos ataques e mais propostas e lembrou que "sempre frisou" que vai conduzir uma campanha propositiva

AgĂȘncia Estado
O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad admitiu hoje, após visita à região da Freguesia do Ó e Vila Nova Cachoeirinha, zona norte da Capital, que a entrada do tucano José Serra na disputa e a confirmação do apoio do PSD do prefeito Gilberto Kassab ao ex-governador o libera para encampar um discurso de mudança nesta campanha, com relação à administração da cidade. "Fico mais tranquilo porque vou representar melhor as ideias que acredito, está mais adequado o candidato ao discurso", reconheceu o petista.
Haddad acredita que o eleitorado paulistano pede mudanças reais na gestão e que a cidade "está sintonizada com este clima". "Sempre me coloquei como candidato com uma plataforma de mudança nunca abdiquei deste discurso. Vejo que há muito subinvestimento na cidade", afirmou. O pré-candidato disse que aposta na memória do eleitorado com relação aos investimentos das últimas administrações do PT na cidade e conta com a boa avaliação do governo federal para conquistar os eleitores. "Nosso horizonte é muito bom, são duas administrações com grandes realizações na cidade e um governo federal muito bem avaliado", apontou. Segundo Haddad, sua campanha pretende resgatar a história e os projetos que foram implementados pelo seu partido na cidade.

Haddad voltou a dizer que não se surpreende com a entrada de Serra no embate eleitoral: "Estamos na sexta eleição do século XXI e é a quinta que ele (Serra) participará. Não vejo qual a surpresa disso." Segundo Haddad, a entrada do tucano no cenário eleitoral não deverá alterar a política de alianças de sua campanha. Apesar de dizer que não há problemas nos partidos da base aliada terem candidaturas próprias neste pleito - como o PMDB que lançou na Capital o deputado federal Gabriel Chalita - o PT vai insistir nas negociações com PCdoB, PSB, PDT e PR e o próprio PMDB para eventuais alianças, seja no primeiro ou segundo turno.

Ultimamente, Haddad tem mantido conversas com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que é também presidente nacional do PSB, sobre um eventual acordo em São Paulo. Haddad também tem mantido conversas regulares com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se recupera de um tratamento contra um câncer na laringe.

O petista disse que espera de todos os candidatos uma campanha com menos ataques e mais propostas e lembrou que "sempre frisou" que vai conduzir uma campanha propositiva. "Eu penso que o cidadão nessa eleição estará com os ouvidos atentos para propostas concretas. É o que espero de todos os concorrentes. Tenho certeza de que, se não é a totalidade, a grande maioria vai se comportar desta maneira". O pré-candidato ressaltou que o eleitorado espera uma campanha de alto nível, intelectual e ética.