O PT do Rio foi um dos últimos a saber da demissão do deputado fluminense Luiz Sérgio do cargo de ministro da Pesca, que abriu espaço, no governo da presidente Dilma Rousseff, para o senador e bispo da Igreja Universal do Reino de Deus Marcelo Crivella, do PRB. "Me surpreendeu isso, não esperava. Viram a notícia na internet, na sede do partido, e me avisaram", contou nesta quarta-feira o presidente do PT-RJ, Jorge Florêncio, negando que tenha havido alguma conversa prévia ao anúncio da troca. "Foi uma surpresa desagradável. (Os articuladores governistas) Podiam ter informado antes, pelo menos. " Para ele, a substituição do deputado pelo senador deixa a seção fluminense da legenda "aquém da representatividade" que tem.
"Faltou reconhecimento à bancada do Rio. Temos um senador da República", reclamou o presidente do PT fluminense.
O deputado estadual Gilberto Palmares foi outro que soube da demissão de Luiz Sérgio pela imprensa. "A saída de Luiz Sérgio pegou o Rio de surpresa. O PT do Rio não tem a menor noção disso", disse. "Não sei se em Brasília havia alguma especulação (sobre substituição). No Rio, surpreendeu. Acho que o PT fluminense deixa de ter um quadro no primeiro escalão. É ruim."
Palmares ressaltou, também, considerar que o deputado federal petista deu lugar a um político de destaque. "Acho que foram várias coisas. Crivella é um nome forte, do Rio, senador da República, liderança de um partido da base e, no xadrez da disputa eleitoral no Rio, não prejudica", afirmou. Embora não tenha manifestado intenção de concorrer à prefeitura, o senador é lembrado em pesquisas eleitorais. Sua nomeação o "amarraria" preventivamente no cargo.
Também o senador petista Lindbergh Farias foi surpreendido pela notícia da demissão de Luiz Sérgio e sua troca por Crivella. Outros parlamentares e dirigentes petistas manifestaram surpresa. Foi o caso da deputada estadual Inês Pandeló, que, por meio de sua assessoria de imprensa, também confessou ter sido surpreendida.