Prefeito de Caratinga, João Bosco, participou de esquema para garantir apoio na Câmara Municipal - Foto: Jornal A Semana/Divulgação O Ministério Público em Minas Gerais (MP) pede à Justiça o afastamento do prefeito do município de Caratinga, João Bosco Pessine (PT), da secretária de Planejamento e Fazenda, Angelita Carla Lelis, e de quatro vereadores do município. Isso porque segundo investigações feitas entre 2009 e 2011, houve esquema de propina para garantir apoio e aprovar projetos de lei favoráveis ao Poder Executivo, em troca de um pagamento mensal de R$15 mil a R$ 20 mil para cada um dos parlamentares envolvidos. Outros suspeitos, por exemplo o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo e o ex-chefe de Gabinete já foram exonerados, também a pedido do MP.
A ação do MP pede ainda que o prefeito, a secretária de Fazenda, o ex-secretário de Desenvolvimento e o ex-chefe de Gabinete paguem multa de R$ 313.974,00, cada um. Os demais envolvidos poderão ser condenados em quantias que variam de R$ 62 mil a R$ 146 mil. Além disso, todos devem perder direitos políticos por prazo de oito a dez anos.
Para os promotores Vanessa Ferreira, Daniel Rodrigues, Luciano de Oliveira e Paula Lopes, o afastamento é “indispensável” para evitar “interferências por meio de pressão e de ameaças direcionadas a servidores e eventuais testemunhas” ouvidas pelo MP, além de zelar pela credibilidade do Executivo municipal de Caratinga.
João Bosco chegou a ser afastado do cargo em agosto do ano passado, mas em menos de 24 horas conseguiu reverter e reassumir o posto como chefe da administração municipal. No dia 24 de janeiro, a Polícia Militar apreendeu 15 computadores, documentos e R$ 30 mil reais em dinheiro durante operação em Caratinga que cumpriu 18 mandados de busca e apreensão na cidade. As provas foram encaminhadas para perícia.Na ocasião, o procurador-geral do município, Salaiel Ferreira,que discorda da liminar da Justiça e que "por ser ano eleitoral, a posição pode estar por trás de todo esse processo".