Os vereadores Hugo Thomé (PMN) e Carlúcio Gonçalves (PR), afastados temporariamente da Câmara Municipal, passaram o dia dessa quinta-feira arrumando os gabinetes desativados e se despedindo dos funcionários. Os escritórios já não tinham servidores, mas a placa de identificação dos vereadores e os móveis ainda estavam lá. Carlúcio garantiu que seu escritório não foi desativado e que ele permanece vereador. Disse que os funcionários foram afastados, mas alegou que toda a estrutura continua funcionando. “Esse gabinete ainda é meu e eu continuo vereador em Belo Horizonte”, se limitou a dizer. Dezoito servidores foram demitidos do gabinete de Carlúcio.
Interesses Segundo Thomé, além da pressão dos suplentes, que pelo menos por enquanto não serão empossados, há interesses partidários pela sua saída. “Se eu não me reeleger pelo PMN, outros partidos grandes garantem pelo menos mais um vereador”, disse Thomé, sem dar detalhes de quais seriam as legendas beneficiadas pelo seu afastamento. “Esse afastamento é uma invenção da Câmara que não tem respaldo no regimento interno”, reclama Thomé.
Uma das poucas funcionárias de Thomé que ainda estava na Câmara, sua chefe de gabinete Andrea Vaz de Melo, estava inconformada com a decisão. Trabalhando com o vereador há quase 12 anos, ela disse ter certeza da absolvição de Thomé na Justiça. “Mas politicamente sei que não vai ser nada fácil reverter o estrago causado pela repercussão desse caso, mas sigo ao lado dele. Sei que ele só está sendo acusado porque é um vereador forte”. Thomé e Carlúcio são suspeitos de participar de um esquema de cobrança de propina para a aprovação do projeto que aumentou a área de construção de um shopping na Região Leste da cidade.