Brasília – O convite feito pela presidente Dilma Rousseff para que o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) seja o novo ministro da Pesca irritou a cúpula do PMDB. O partido reclama de ter sido atropelado pelo Palácio do Planalto e pelo PT nas negociações com o PRB, de Celso Russomano (SP), em torno de uma aliança na disputa pela Prefeitura de São Paulo. A sigla cogitava, inclusive, oferecer a vaga de vice na chapa do pré-candidato do PMDB, deputado Gabriel Chalita. Mesmo com a indicação de Crivella para o ministério – a posse será hoje de manhã, no Palácio do Planalto –, Chalita e o vice-presidente da República, Michel Temer, conversaram pelo menos três vezes com ele. Não desistiram da parceria e tentam assegurar que Russomano não abra mão da candidatura para apoiar o PT. “Temos o segmento católico e inserção no eleitorado tucano, e eles (PRB) têm a periferia”, resumiu um cacique do partido, adiantando que o PMDB também conversa com o PSC e com o PCdoB.
A mágoa entre peemedebistas não é apenas em relação à distribuição de cargos. A forma de agir de Dilma, que toma decisões políticas sem consultar o partido, também alimenta o caldeirão de ressentimento.