O também presidente nacional do PSD lembrou que uma aliança com o PSDB na capital paulista só seria viável se José Serra fosse o candidato do PSDB. "Até porque tem a peculiaridade de nossa gestão na Prefeitura de São Paulo ser conhecida como Serra-Kassab", afirmou. "No fundo, a senadora expressa um desconforto que eu já expressei em uma aliança com o PSDB caso José Serra não fosse candidato", justificou.
O prefeito de São Paulo disse ainda que mantém conversas constantes com José Serra. "Nos falamos praticamente todos os dias, é uma rotina." Ele afirmou também que o partido vai aguardar o processo de prévias tucanas para discutir nomes para o eventual posto de vice em uma composição PSDB/PSD. Ele mencionou que o PSD deve indicar os nomes da vice-prefeita de São Paulo, Alda Marco Antônio, do secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider, e do presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah. Se o PSDB conseguir o apoio do PV à sua candidatura, o nome do secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge, também pode ser uma alternativa.
Fogo amigo
O prefeito Gilberto Kassab (PSD) confirmou conversa revelada pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão, segundo a qual teria dito ao dirigente petista, em 2011, que o pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo José Serra apoiaria o nome da presidente Dilma Rousseff nas eleições presidenciais de 2014, em detrimento do senador Aécio Neves (PSDB-MG), seu colega de partido. "Eu tive essa conversa, no ano passado, em algum momento, com o meu querido amigo Rui Falcão. E não pedi segredo" afirmou o prefeito de São Paulo, após participar da abertura do debate "Privatização, Concessão e Parcerias Público Privadas", organizado pelo Espaço Democrático, fundação do PSD para estudos e formação política.
O prefeito de São Paulo não soube, contudo, dizer porque o presidente do PT revelou apenas agora essa conversa, mas negou que a intenção tenha sido a de tumultuar o cenário eleitoral na capital paulista, no qual PT e PSDB disputam os demais partidos políticos em busca de um amplo arco de alianças. "Nossas relações são as melhores possíveis", disse, referindo-se ao presidente nacional do PT. O prefeito de São Paulo foi evasivo ao ser questionado se a sua opinião a respeito do apoio de José Serra em 2014 ainda valia para este ano. "Naquele momento, eu tinha aquele pensamento. Hoje, as circunstâncias são outras e não parei ainda para avaliar", disse.