Crivella isenta Haddad de culpa em kit anti-homofobia
Ministro ainda anunciou a intenção de lançar um programa chamado "Meu Barco, minha vida", para modernizar a frota dos pesqueiros do País
O novo ministro da Pesca, Marcelo Crivella, isentou hoje o ex-ministro da Educação e pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, de culpa no episódio da produção do kit anti-homofobia. Em sua primeira agenda pública desde que assumiu a pasta, o ministro fez questão de ressaltar, no entanto que o seu partido, o PRB, terá candidatura própria na capital paulista, o ex-deputado federal Celso Russomano.
"Ele (Haddad) jurou com os pés juntos que não produziu (o kit). Disse que foi uma ONG contratada pelo ministério", disse Crivella, durante visita a duas colônias de pescadores na ilha da Madeira, na cidade de Itaguaí, região metropolitana do Rio de Janeiro.
"Não estou falando isso porque vamos apoiá-lo. A pesquisa do Datafolha mostrou que estamos em segundo lugar e que o (ex-governador José) Serra (PSDB) tem uma rejeição maior que a nossa. Então, estamos com chance de ir ao segundo turno e precisaremos do apoio do Haddad". De acordo com a sondagem do Datafolha divulgada neste fim de semana, Serra tem 30% das intenções de voto, Russomano está com 19% e Haddad aparece com 3%.
Depois da repercussão negativa de suas declarações sobre o desconhecimento da pasta, quando chegou a afirmar que não sabia sequer "colocar minhoca em anzol", Crivella tentou relativizar suas limitações.
"Ministro da Defesa são sabe dar tiro de canhão, ministro dos Esportes não faz gol de letra e nem o Serra quando era ministro da Saúde sabia dar vacina. O importante no serviço público é cuidar do outros", afirmou o ministro.
Crivella, em seu primeiro compromisso oficial, também aproveitou para reclamar da estrutura da pasta. Ele se queixou que o ministério só dispõe de dois engenheiros para fiscalizar obras em todo o País.
"Tenho a intenção de fazer um plano nacional para a construção de terminais (pesqueiros). Mas como fazer licitação se dispomos apenas de dois engenheiros para fiscalizar um País continental?" questionou Crivella.