Lula terá papel preponderante nas pretensões do PT de conquistar a corrida pela prefeitura da capital paulista. Depois de Haddad aparecer com apenas 3% das intenções de voto em pesquisa divulgada no sábado pelo instituto Datafolha, todas as análises apontam no sentido de que somente uma participação efetiva do ex-presidente na campanha terá potencial para encorpar a candidatura do ex-ministro da Educação.
Não será nesta semana, porém, e nem na próxima que Lula sairá às ruas em apoio a Haddad. De acordo com a assessoria do ex-presidente, ele ficará internado até se recuperar totalmente da infecção pulmonar. A ex-primeira-dama Marisa Letícia acompanha o marido no Sírio-Libanês. Desde ontem, o ex-presidente é medicado com antibióticos pela equipe coordenada pelos médicos Paulo Hoff, Artur Katz, David Uip e Roberto Kalil Filho, médico do petista desde a década de 1990. O boletim destaca que Lula foi internado em função de ter apresentado “febre baixa”.
Diagnóstico
Ele iniciou ontem mesmo uma bateria de exames, mas o diagnóstico detalhado que definirá a gravidade da infecção será concluído hoje. Diagnosticado com câncer em outubro, o petista não deixou de participar das articulações políticas com vistas às eleições municipais deste ano. Na última vez em que esteve internado no Sírio-Libanês, com uma inflamação na laringe e no esôfago, Lula recebeu a visita de políticos, entre os quais Fernando Haddad; o senador Eduardo Suplicy (PT-SP); o então líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (PT-SP); e o presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique.
Os assessores do ex-presidente afirmam que a agenda de Lula não previa encontros políticos para esta semana, uma vez que a prioridade “sempre foi e continua sendo” o tratamento contra o câncer e a sua recuperação da radioterapia, procedimento ao qual foi submetido até 17 de fevereiro. Pessoas próximas a Lula admitem que a infecção decorre da baixa imunidade do petista nesse período pós sessões de quimioterapia e radioterapia.
Regressão de 75%
Exames feitos em dezembro no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostraram que o tumor diagnosticado em sua laringe em 29 de outubro teria reduzido em 75%, fato que, na ocasião, surpreendeu positivamente a equipe médica responsável pelo tratamento. Neste mês de março, no entanto, os médicos esperam chegar a um quadro mais conclusivo sobre a doença de Lula. A reação do petista aos tratamentos de quimioterapia e radioterapia foi suficiente para descartar uma cirurgia.