Gabriel Chalita (PMDB), com tempo de propaganda que o credencia a eventualmente romper a polarização PSDB-PT, nunca concorreu a cargos executivos, mas seu mapa de votação como candidato a vereador e a deputado federal mostra uma base de classe média, principalmente em áreas fronteiriças ao chamado centro expandido. Os movimentos do PT e o perfil de Chalita indicam que os redutos de Serra serão os principais palcos da batalha eleitoral.
Antecedentes
Nas três eleições em que ficou em primeiro lugar em São Paulo, Serra polarizou a disputa com um candidato do PT - partido cujo eleitorado, de perfil oposto ao do PSDB, se concentra nos extremos leste, sul e noroeste da cidade. Nos três episódios, era o PT quem enfrentava alta rejeição - obstáculo, agora, para o tucano. Segundo a última pesquisa Datafolha, publicada no domingo, 30% dos eleitores paulistanos não votariam de jeito nenhum no representante do PSDB.
Haddad, agora, tem baixa rejeição, o que pode ser decorrência do fato de ser pouco conhecido entre os paulistanos. Apenas 41% dos eleitores sabem quem é Haddad, segundo o Datafolha. Serra, por sua vez, é conhecido por 99%.
O ex-ministro da Educação tem como trunfo dois cabos eleitorais importantes - a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A primeira ganhou pontos na classe média e ampliou sua popularidade no Sudeste no primeiro ano de mandato. O segundo é o político cujo apoio mais pode beneficiar um candidato, segundo a pesquisa Datafolha.
Antes de avançar sobre o eleitorado que tem sido hostil ao PT nos últimos anos, o ex-ministro da Educação busca ganhar espaço entre os simpatizantes tradicionais. O pré-candidato tem feito incursões a bairros periféricos para se apresentar a cabos eleitorais petistas e ouvir reivindicações de líderes locais.