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Estado de Minas

PT tem dono, provoca Aécio Neves

O recado é para os petistas que defendem candidatura própria em BH. Para o senador, o ex-presidente Lula quer o apoio a Lacerda. O tucano aproveitou para rebater Patrus Ananias


postado em 06/03/2012 07:15 / atualizado em 06/03/2012 08:16

Senador Aécio Neves (foto: EM/DA Press)
Senador Aécio Neves (foto: EM/DA Press)
Mais tensão entre tucanos e petistas na base de apoio ao prefeito Marcio Lacerda (PSB). Depois de afirmar que o PT, em todo o país, a cada nova eleição se torna um partido de “cúpula”, o senador Aécio Neves (PSDB) disse ontem não ter dúvidas de que o PT apoiará a candidatura de Lacerda por ser esta uma decisão da direção nacional do partido. Em provocação à legenda, que está num processo de consulta às bases e eleição de delegados para definir o posicionamento na sucessão da capital, Aécio afirmou, referindo-se ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “Não acredito sinceramente que um conjunto de delegados municipais tenha autonomia para contrariar o que o supremo chefe do partido determina”.
Decididos a ocupar mais espaço político – e torcendo para que o PT saia da aliança e lance candidatura própria –, o PSDB pleiteia a posição de vice-prefeito ou coligação proporcional com o PSB, de Lacerda. As duas reivindicações estão também na pauta do PT, que, se caminhar com Lacerda, dá como “acordado” que indicará o vice na chapa majoritária, como fez em 2008. Entre tucanos, a intenção de tensionar a relação é explicitada, não apenas porque desejam ser tratados com a mesma deferência que petistas num eventual futuro governo Lacerda, mas também porque com o lançamento da candidatura José Serra (PSDB) em São Paulo a polarização entre as duas legendas torna-se mais agressiva.

Aécio Neves negou ontem, entretanto, que haja desconforto da direção nacional com o caso de Belo Horizonte, onde petistas e tucanos se acotovelam no mesmo palanque. “Não há nenhum desconforto, ao contrário. Na verdade a candidatura de Lacerda nasceu de uma construção nossa com o apoio do então prefeito Fernando Pimentel (PT). Para nós, ela sempre foi natural e a boa avaliação de Lacerda mostra que estávamos certos. Vamos continuar contribuindo para a sua administração”, disse Aécio. “O PSDB de Minas é um dos mais fortalecidos do país e é um bom exemplo da boa convivência, da boa coalizão com forças políticas diversas”, acrescentou.


Aécio não baixou o tom, contudo, ao se referir ao ex-ministro Patrus Ananias (PT), que recentemente afirmou que não pretende dividir o palanque com ele. “Na verdade os nossos palanques são diferentes. O palanque do ex-ministro tem sido o do ex-governador Newton Cardoso (PMDB), o palanque do candidato Hélio Costa (PMDB) nas últimas eleições”, provocou, referindo-se a duas candidaturas peemedebistas derrotadas por tucanos.

Segundo Aécio, Patrus é “bem-vindo” na aliança, assim como todos aqueles que “quiserem mudar de opinião” por terem se “equivocado no passado”. Para o senador, o ex-ministro petista teria cometido uma sucessão de equívocos e teria tido um resultado eleitoral que chamou de “pífio” na eleição de 2010, quando compôs a chapa que concorreu ao governo de Minas como vice de Hélio Costa. “A chapa de que ele participou teve 22% dos votos em BH”, alfinetou.

Sem provocações Procurado pela reportagem, Patrus Ananias disse ontem que não entraria em polêmica. “Ainda quando lutávamos contra a ditadura, recebi dois grandes conselhos de Alceu Amoroso Lima (também conhecido como Tristão de Ataíde), esse amigo, crítico literário, escritor, pensador e líder católico. Ele dizia que a polêmica é uma forma menor de diálogo, pois não se busca a verdade, nem a convergência. Eu evito sempre a polêmica. Outro conselho: nunca responder a provocações pessoais”, afirmou Patrus.

O ex-ministro rebateu, entretanto, a afirmação de Aécio de que o PT avança para ser um partido de decisões de cúpula. “O processo em BH desmente isso. Estamos vivendo um processo intenso no PT, recentemente participei de esplêndida reunião, madura, democrática, respeitosa com a minha tendência, a Articulação. Há dentro do PT aqueles que defendem de forma incondicional a aliança com o PSB, de Lacerda, tem o vice-prefeito democraticamente defendendo a candidatura própria, e há nós e outros parceiros que estamos defendendo um apoio repactuado em torno de um projeto que incorpore a questão social e dos pobres”, disse. Ele garantiu não haver imposição ou centralismo e que a decisão que for tomada pelos filiados no dia 25 será respeitada pela direção nacional.

Base discute o interior

O PSDB se reuniu ontem com os nove partidos da base aliada em Minas Gerais para discutir uma estratégia eleitoral comum nas 50 maiores cidades. Segundo o vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP), as 13 cidades governadas pelo PT foram eleitas como prioritárias para fazer o enfrentamento político, além de Uberlândia, Ipatinga e Ribeirão das Neves, onde o PT lançará candidatura própria. Já o posicionamento eleitoral nos 11 municípios (entre os 50 maiores) governados pelo PMDB será definido caso a caso, já que os peemedebistas se dividem entre apoio ao governo e oposição.

 

 


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