Um dos principais articuladores do manifesto peemedebista antiPT, o deputado Danilo Forte (CE) aproveitou o dia de ontem para tentar somar novas assinaturas dos colegas de partido às 45 colhidas até sexta-feira. A iniciativa dele tem respaldo do líder da bancada na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Segundo Forte, também está na lista das queixas a falta de autonomia por parte dos ministros na hora de atender às demandas da base aliada nos municípios que passaram por eleições em outubro.
O fato de abrir uma linha de confronto público contra o PT, segundo maior partido da Câmara e por isso com grande peso na disputa da Presidência da Câmara em 2013, não intimida os peemedebistas –Alves é o pré-candidato da base governista. “Temos que aprender a separar as coisas. Se o PT misturar vai cometer um erro político. Só vai agravar o descontentamento. Será pior para a base do governo”, ressaltou o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “O PT ganha eleição contra o PMDB na Casa? Qual é o resultado que vem disso, um novo Severino? Não é por aí. Um confronto é jogar um fósforo aceso num tanque de gasolina”, acrescentou.
Se o movimento peemdebista é de confronto, os petistas correram para adicionar água à fervura da crise. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), chegou a ironizar o movimento. “Isso é TPE: Tensão Pré-Eleitoral. É normal”, brincou o petista.
Apesar da tentativa de amainar as tensões, o recado dado pelo PMDB ligou o sinal de alertar dos petistas. “É uma movimentação a que temos que ter atenção, fazer um diagnóstico e estudar as causas dessa insatisfação, pois ela é preocupante”, avaliou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP). O discurso de cautela também é dividido com o líder do partido na Câmara, Jilmar Tatto (SP). “Temos que conversar bastante. É preciso muita calma, deixa a poeira baixar”, ressaltou o deputado.