Apesar do clima de gentilezas e pedidos de desculpas, Blatter não deixou de chamar atenção, de leve, para a necessidade de trabalho em conjunto sem perder tempo para construir “algo maior”. “Todavia, o tempo está passando desde 2007. Por isso, não deixemos que conflitos nos façam perder tempo. Ao invés disso, trabalhemos juntos para construir algo maior, como prometido pelo presidente Lula durante seu mandato”, afirmou.
Nessa segunda-feira, logo após o ministro Aldo Rebelo encaminhar seu pedido para que Valcke fosse substituído, o próprio secretário enviou um pedido formal de desculpas ao ministro. Ele disse que lamenta “profundamente” a interpretação incorreta de suas declarações. Segundo o secretário-geral da Fifa, em francês, a expressão "um chute no traseiro" significa “apenas acelerar o ritmo”. “Gostaria de pedir desculpas ao senhor e também a qualquer pessoa que tenha se sentido ofendida com as minhas palavras. Há certamente um ar de preocupação na Fifa e, sendo eu, em última análise, a pessoa responsável por essa Copa do Mundo, estou sob bastante pressão”, diz o secretário na carta. Valcke destaca ainda que sente “imenso respeito e admiração” pelo Brasil.
Nessa segunda-feira, o presidente da comissão especial que analisa a Lei Geral da Copa, deputado Renan Filho (PMDB-AL), classificou como “inadmissível” a declaração. Em nota, Renan Filho chamou ainda de "insultuosa, descuidada e inapropriada" a manifestação de Valcke. O presidente do Senado e do Congresso Nacional, José Sarney (PMDB-AP), também desqualificou as críticas e disse que a fala de Jérôme é uma “intromissão grosseira”.
Hoje, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT), disse que, após o pedido de desculpas, não há mais motivos para exigir a substituição de Valcke como interlocutor da Fifa nos assuntos relativos à Copa. O presidente da Câmara sugeriu ainda que o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, releve as declarações de Valcke. E usou uma expressão típica do futebol para minimizar a crise. “Ele (Valcke) levou um cartão vermelho e vai ter que cumprir a suspensão automática. Temos que relevar. Algumas palavras precisam ser desconsideradas".
Leia a carta de Joseph Blatter na íntegra: