Ao assinar carta-compromisso com o desenvolvimento sustentável de São Paulo, Fernando Haddad, pré-candidato do PT à sucessão municipal na capital paulista, não perdeu a oportunidade de alfinetar o pré-candidato tucano José Serra. "É preciso que as pessoas, quando assinam um documento, o leiam com certa regularidade para não esquecer o compromisso que assumiu. Aí a cidade vai avançar", disse o petista nesta quarta-feira.
O documento assinado pelo pré-candidato faz parte do Programa Cidades Sustentáveis, da Rede Nossa São Paulo. Além de Haddad, assinaram a carta-compromisso os pré-candidatos Gabriel Chalita (PMDB), Soninha (PPS) e Netinho de Paula (PCdoB), que se comprometeram em fazer um diagnóstico da situação da cidade em 90 dias após a posse e estabelecer um plano de metas contemplando 12 eixos do programa, o qual abrange temas como mobilidade, educação e planejamento urbano, entre outros. "Haddad fez questão de fazer da assinatura um evento público", destacou Oded Grajew, coordenador-geral da entidade. "Pode ter certeza de que isso aqui não é só um papel assinado", garantiu Haddad, que pretende usar a plataforma da Rede Nossa São Paulo em seu futuro plano de governo.
No discurso, o petista disse que há dois tipos de políticos tradicionais: os que cumprem e os que não cumprem os compromissos assumidos ou fogem deles. "Penso que precisamos inaugurar uma nova fase na cidade de São Paulo e no Brasil, que é assumir compromissos e honrá-los", cutucou o pré-candidato. O petista vem se referindo com frequência à renúncia de José Serra à prefeitura em 2006, quando se lançou candidato ao governo do Estado. Eleito em 2004, Serra renunciou com menos de um ano e meio de mandato.
Para o pré-candidato, a população não desculpa quem assume um compromisso e não o cumpre. "Ninguém perdoa quando você podia ter feito e simplesmente não fez ou deixou de lado o que se assumiu publicamente", considerou.
Haddad disse também que o plano de metas estabelecido pela gestão de Gilberto Kassab (PSD) ficou "aquém do razoável" e Grajew lembrou que o atual prefeito não atendeu um de seus compromissos de governo: o atendimento das 174 mil crianças fora de creches. "O Kassab prometeu zerar o déficit em creches", comentou Grajew.