Apesar de Requião ter sido apoiado por diversos senadores de oposição, a principal justificativa dos governistas para a derrota é a insatisfação da base aliada do governo. Após a votação, o petista Lindbergh Farias (RJ) disse que a votação teve a ver “com tudo, menos com a ANTT”. “O governo foi derrotado pela base aliada”, disse o senador. Na opinião dele, os aliados mandaram “vários recados” para a presidenta Dilma Rousseff e os integrantes do governo.
Por se tratar de votação secreta, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), admitiu que a margem para dissidências na base de apoio ao governo era maior. Apesar disso, Jucá disse que não poderia ter evitado a votação por causa das acusações contra Figueiredo, que surgiram durante o debate. “Depois de todo esse alarde, se não colocássemos para votar, seria a aceitação de que ele não tinha condições de ser reconduzido”, justificou Jucá.
Ele também reconheceu que muitos senadores dos partidos que dão apoio à presidenta Dilma estão insatisfeitos com a maneira como vem sendo tratados pelo governo. Segundo ele, os aliados reclamam que não são recebidos pelos ministros e não têm suas demandas analisadas pelo governo.
Apesar disso, Jucá não disse que o problema maior está no PMDB. Ontem (6), diversos parlamentares do partido entregaram ao vice-presidente Michel Temer manifestou no qual pedem mais espaço no governo. Mesmo assim, Jucá evitou relacionar a derrota de hoje aos colegas de legenda. “Não tem um problema específico com o PMDB, é uma coisa diluída por todos os partidos da base aliada”, disse o líder governista.
Procurado pela Agência Brasil, Bernardo Figueiredo não contestou a decisão do Senado. “Não tenho nada a dizer sobre isso. A decisão é do Senado. Não tenho nenhum sentimento com relação a isso”, disse o ex-diretor da ANTT.
Sua recondução ao cargo já havia sido aprovado pela Comissão de Infraestrutura do Senado. Agora, o governo terá que indicar outro nome, que precisará passar por nova sabatina e aprovação na comissão, antes de ter o nome analisado pelo plenário da Casa.