De acordo com o relator do processo, ministro Luiz Fux, outras MPs convertidas em lei poderão ser questionadas no STF. Se isso ocorrer, o ministro avisa que a Corte usará o critério adotado no julgamento de ontem, concedendo prazos para que o Legislativo crie uma nova lei. “Por uma questão de precedente, vamos adotar a mesma postura preventiva para não gerar um clima de insegurança jurídica”, explicou.
Segundo Fux, a decisão do STF é clara no sentido de que as MPs editadas a partir de agora passem obrigatoriamente por uma comissão mista. Caso contrário, poderão ser declaradas inconstitucionais. Para o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, que fez a defesa do ICMBio, não haverá alternativa ao Congresso senão a de instalar as comissões mistas. “Toda mudança de rito é uma preocupação. O ministro Fux foi cuidadoso em dar um prazo de 24 meses de adaptação do próprio rito no sentido de garantir que esse processo legislativo se adapte”, destacou.
Criado para administrar e fiscalizar as unidades de preservação ambiental do país, o ICMBio continuará funcionando normalmente. O Congresso, porém, terá de se movimentar para que o governo não seja obrigado a extinguir o órgão que assumiu atribuições desempenhadas pelo Ibama até 2007. Além de apontar a irregularidade na tramitação da MP, a Associação Nacional dos Servidores do Ibama (Asibama) alegou que não havia urgência que justificasse a implantação do instituto por MP. Os ministros entenderam, porém, de forma diferente, sob o argumento de que a preservação do meio ambiente sempre será um tema prioritário.