Como o jornal O Estado de S. Paulo revelou nessa quarta, a Procuradoria da República ajuizou 31 ações de improbidade administrativa após identificar irregularidades nos convênios para festas no interior de São Paulo. Em nota, o ministro do Turismo, Gastão Dias Vieira, informou: “Vamos definir regras e critérios claros para o apoio a eventos. Só receberão recursos públicos aqueles que fomentem ou fortaleçam o desenvolvimento das atividades turísticas e promovam a imagem do destino turístico”. De 396 convênios celebrados para a realização de eventos no ano passado 89 foram cancelados.
Desde dezembro, o pagamento de cachês a artistas e bandas está proibido. Um grupo de trabalho do ministério analisou todos os contratos firmados no ano passado e que tinham exclusividade. Pela nova regra, prefeituras e entidades que não apresentarem as declarações de exclusividade não receberão os recursos referentes ao pagamento dos artistas e bandas.
Segundo o Ministério Público, prefeituras usavam “cartas de exclusividade” com artistas para burlar a Lei de Licitações. As empresas contratadas não representavam exclusivamente o artista e detinham apenas declarações para apresentações nos dias e horários previamente estabelecidos para os shows.
Nos anos de 2010 e 2011, foram instauradas 1.012 Tomadas de Contas Especiais (TCE) para apurar irregularidades em eventos. Desse total, 674 estão sendo analisadas pela pasta, 234 foram enviadas à CGU, ao Tribunal de Contas da União ou inscritas no cadastro de inadimplentes. Só 131 foram aprovadas.
A CGU questiona ainda a celeridade da tramitação dos convênios de festas no Ministério Turismo. Segundo o órgão de controle interno, os contratos são firmados um ou dois antes da realização dos eventos, prejudicando ou mesmo inviabilizando a análise do projeto apresentado.