Alvos de investigações do Ministério Público Federal (MPF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), festas e eventos no interior do País vão abastecer os cofres de prefeituras e entidades não governamentais com R$ 137,7 milhões do orçamento do Ministério do Turismo para 2012.
Grande parte desse valor - R$ 115 milhões - vem de emendas parlamentares. Ao todo, 151 deles destinaram verba para eventos no Orçamento de 2012. Em anos anteriores, a CGU identificou relações entre os autores das emendas e as empresas organizadoras dos eventos. Nos próximos dias, o ministério publicará portaria disciplinando as transferências voluntárias, estabelecendo inclusive novas exigências para apoio a eventos.
Desde dezembro, o pagamento de cachês a artistas e bandas está proibido. Um grupo de trabalho do ministério analisou todos os contratos firmados no ano passado e que tinham exclusividade. Pela nova regra, prefeituras e entidades que não apresentarem as declarações de exclusividade não receberão os recursos referentes ao pagamento dos artistas e bandas.
Segundo o Ministério Público, prefeituras usavam “cartas de exclusividade” com artistas para burlar a Lei de Licitações. As empresas contratadas não representavam exclusivamente o artista e detinham apenas declarações para apresentações nos dias e horários previamente estabelecidos para os shows.
Nos anos de 2010 e 2011, foram instauradas 1.012 Tomadas de Contas Especiais (TCE) para apurar irregularidades em eventos. Desse total, 674 estão sendo analisadas pela pasta, 234 foram enviadas à CGU, ao Tribunal de Contas da União ou inscritas no cadastro de inadimplentes. Só 131 foram aprovadas.
A CGU questiona ainda a celeridade da tramitação dos convênios de festas no Ministério Turismo. Segundo o órgão de controle interno, os contratos são firmados um ou dois antes da realização dos eventos, prejudicando ou mesmo inviabilizando a análise do projeto apresentado.