Para o juíz Timóteo Yagura, da 5° Vara Cível da comarca de Uberada, as irregularidades detectadas foram “gritantes”. Em sua decisão, o magistrado lembrou que a classificação foi feita por Lázara e ratificada por Adauto, na condição de prefeito, e por Rômulo Figueiredo, como secretário de administração. Pra ele, houve “cartas marcadas” na realização do concurso. “Sem medo de errar, de antemão, já se sabia quais pessoas seriam ‘aprovadas’ naquele concurso, num manifesto jogo de cartas marcadas em detrimento de centenas de outras pessoas”, citou. E completou dizendo que “não há dúvidas de que a conduta dos réus causou prejuízos ao erário e atentou contra os princípios da administração pública”.
Em sua defesa no processo, os três réus se disseram inocentes e atribuíram a culpa ao secretário de saúde que, segundo eles, teria elaborado e conduzido a aplicação das provas. A reportagem do em.com tentou contato com a prefeitura de Uberaba, mas ninguém atendeu as ligações.
Reincidência
No início deste mês, Anderson Adauto já havia sido condenado por improbidade administrativa por contratar uma empresa de marketing e comunicação, sem concorrência, ao custo de R$ 1,2 milhão. Conforme a sentença do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, além da devolução de todos os valores gastos na contratação ilegal, o prefeito e a empresa terão que pagar multa no valor de equivalente ao dano gerado ao município. Adauto ainda poderá perder a função pública e ter os direito políticos suspensos por cinco anos.
Em fevereiro, o prefeito recebeu a mesma condenação por ter utilizado dois informes publicitários, confeccionados com o dinheiro público, para se autopromover.