O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT), deixou escapar nessa sexta-feira que pode ser candidato ao governo mineiro em 2014. Apresentado como “futuro governador de Minas Gerais” pelo mestre de cerimônias de um encontro empresarial em Nova Lima, na Grande Belo Horizonte, o petista, que tem negado pleitear a candidatura, mesmo que em tom de brincadeira, comentou a intenção de concorrer à sucessão do governador Antonio Anastasia (PSDB). Ele aproveitou para garantir o apoio de uma classe que pode impulsionar suas pretensões: o empresariado. “Hoje sou ministro temporário, mas sempre amigo de vocês”, disse Pimentel, provocando aplausos da plateia.
Chamado ao palco para receber o colega da pasta de Minas e Energia, Edison Lobão, palestrante da tarde, o petista rasgou elogios e brincou: “Ministro Lobão: com essa simpatia, com essa competência política, essa sabedoria, se ele transfere o título para Minas Gerais, eu estou perdido. Ele vai levar os votos todos embora”. Pimentel falava para uma plateia de empresários e representantes de pequenas a grande empresas de diversos setores, como mineração, energia, produção de eletrodomésticos e o comércio.
Em tom de brincadeira, Pimentel resolveu deixar claro o conteúdo do comentário para não criar arestas. “Seria para nós um orgulho se ele se tornasse mineiro, mas para mim, pessoalmente, seria uma grande ameaça”, disse. Durante os minutos que dedicou ao discurso, o ministro do Desenvolvimento descreveu os motivos de sua participação no encontro de empresários e se referiu à presença de Lobão como a terceira razão, “e a mais prosaica”. “Tamanha foi a desenvoltura com que eu o vi aqui no coquetel (de abertura do evento) que eu resolvi contar o verdadeiro motivo (a presença dele)”.
Pimentel é o principal nome do PT cotado para disputar as eleições de 2014, mas pode enfrentar dificuldades. Outro possível nome é o do ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias (PT). Caso o prefeito Marcio Lacerda (PSB) seja reeleito e se fortaleça, o socialista pode se tornar um candidato natural ao Palácio da Liberdade, o que contemplaria a base aliada da presidente Dilma Rousseff (PT) no estado. Outro possível nome na corrida seria o do vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP), já que o governador tucano não poderá tentar um novo mandato.
Indagado sobre o destino da aliança PT/PSDB nas eleições municipais de BH, Pimentel disse que em função da lista de chapas inscritas para o encontro petista de hoje, a qual teve acesso, a maioria do partido já se movimenta na direção da manutenção da aliança. “É a minha posição pessoal. Vamos aguardar. Eu acho que qualquer que seja o resultado, pela nossa tradição o partido vai estar unido nas eleições municipais”.
Pimentel aproveitou para fazer propaganda do prefeito Márcio Lacerda. “Espero que esteja unido (o partido) na tese de apoio à reeleição do Márcio Lacerda”, completou. Ao final do encontro de empresários, Lacerda, que também estava presente na plateia, disse que está organizando espaço na agenda para comparecer à reunião do PT. “Amanhã (hoje) pretendo passar por lá. São meus amigos, correligionários e aliados”. Provocado sobre se apoiaria o aliado Pimentel para governador de Minas, primeiro Lacerda desconversou, mas acabou retribuindo a fala amável do ministro. “Olha, eu estou preocupado com 2012. Certamente (Pimentel) seria um bom candidato”, afirmou.