Jornal Estado de Minas

Comissão de Ética adia decisão sobre investigação de Fernando Pimentel

O presidente da comissão, Sepúlveda Pertence, disse que o caso deve voltar à pauta na próxima reunião, marcada para o dia 26 de março

AgĂȘncia Brasil
Brasília - A Comissão de Ética Pública da Presidência da República adiou nesta segunda-feira a decisão sobre o pedido de investigação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel. O relator do caso na comissão, conselheiro Fábio Coutinho, recomendou a abertura de procedimento para que Pimentel fornecesse informações ao colegiado, mas um pedido de vista do conselheiro Roberto Caldas interrompeu a análise.
Em dezembro, os líderes do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira, e no Senado, Álvaro Dias, protocolaram na comissão um pedido de abertura de processo administrativo envolvendo Pimentel para investigar a atuação do ministro na prestação de consultorias em 2009 e 2010.

O presidente da comissão, Sepúlveda Pertence, disse que o caso deve voltar à pauta na próxima reunião, marcada para o dia 26 de março. “O relator votou pela abertura do procedimento, com pedido de informações à autoridade , mas não houve decisão em face do pedido de vista do conselheiro Roberto Caldas”. Pertence não detalhou os motivos expostos por Coutinho para pedir mais informações a Pimentel, disse apenas que o relator considera necessário o prosseguimento da investigação “ante as acusações divulgadas pela mídia”.

Na reunião de hoje, a Comissão de Ética decidiu abrir processo para investigar o ex-vice-presidente de Atacado, Negócios Internacionais e Private Banking do Banco do Brasil, Allan Toledo, demitido em dezembro. Reportagem do jornal Folha de S.Paulo diz que o executivo recebeu cerca de R$ 1 milhão do grupo Marfrig, um dos maiores frigoríficos do país e cliente do banco.

O relator do processo será o conselheiro Américo Lacombe, recém chegado à comissão. O relator já pediu que o ex-vice-presidente do banco se manifeste sobre a denúncia.

O colegiado também decidiu nesta segunda-feira aplicar a pena de “censura ética” ao ex-ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que pediu demissão do cargo em agosto de 2011, após denúncias de corrupção. Uma delas diz que Rossi, quando ministro, fez viagens particulares em um jatinho da empresa Ourofino Agronegócios, que tinha interesses ligados à pasta comandada por Rossi. A censura ética não tem nenhuma consequência prática para o penalizado.