Interlocutores do Palácio do Planalto na Câmara afirmam que a mudança dos líderes, Vaccarezza e Romero Jucá (PMDB-RR), que deixou a liderança do governo no Senado, foi precipitada por uma inconfidência do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Dilma se reuniu com Renan para dizer que trocaria Jucá pelo senador Eduardo Braga (PMDB-AM) no final da tarde de ontem. Sem pedir segredo, Renan chegou ao Senado e anunciou a mudança e teria contado ainda sobre a saída de Vaccarezza. A presidente pretendia esperar a definição do substituto de Vaccarezza antes de destituí-lo.
Ainda surpresos, deputados aguardam a confirmação do nome do líder do governo. O PMDB, no entanto, já se antecipou em críticas quanto à eventual escolha do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). "Se escolher Arlindo Chinaglia, estará caracterizado um movimento da presidente contra o PMDB", disse um deputado peemedebista. Esse entendimento leva em conta que Chinaglia seria o nome do governo para suceder Marco Maia em 2013, em detrimento do acordo entre PT e PMDB de eleger Henrique Alves. Na liderança, Chinaglia poderia pavimentar sua candidatura.
A cúpula do PMDB ainda não digeriu a troca de Jucá por um senador considerado "independente" ou "dissidente", dependendo do tom de desagrado do peemedebista que faz a referência. Na insegurança de votar e com a dispersão da base, o presidente da Câmara cancelou a reunião de líderes para tratar da pauta que estava marcada para a tarde hoje. O acerto anterior era de que os deputados votariam nesta semana o projeto do Código Florestal. Como o governo não concorda com a possibilidade de alteração do texto aprovado pelos senadores, a paralisia foi conveniente ao Palácio do Planalto.