Outra novela em andamento é a do Ministério dos Transportes. O PR continua pressionando o Palácio do Planalto para retomar o controle da pasta, conduzida por Paulo Sérgio Passos desde a saída de Alfredo Nascimento. A legenda voltou a ser vista com simpatia pelo governo depois da informação de que, apesar da derrota do Planalto, praticamente todos os senadores votaram a favor da recondução de Bernardo Figueiredo para a presidência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
A derrota nessa votação foi determinante para que Dilma perdesse a paciência com o PMDB e defenestrasse Romero Jucá (PMDB-RR) da liderança do governo no Senado. "Eu não posso falar pelos outros partidos e acredito nos meus senadores, que me garantiram ter votado a favor de Figueiredo, à exceção de um, por razões pessoais", disse o líder do PR no Senado, Blairo Maggi (MT).
A cúpula do PR se reuniu ontem no gabinete do deputado Valdemar Costa Neto (SP) para analisar os cenários. O partido só aceita retornar para a base se for para reassumir oos Transportes. Outra opção, aventada por interlocutores do governo, seria a legenda assumir a Agricultura. Blairo seria um dos cotados. "Essa hipótese não está em discussão", assegurou o senador ao Estado de Minas.
Cultura Com menos barulho mas igual intensidade no processo de desgaste, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, voltou a ser considerada carta fora do baralho no xadrez ministerial. Ela foi a primeira a surgir como demissionária, quando ninguém sonhava que o primeiro degolado seria o então todo poderoso chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. Quase um ano se passou e Ana de Hollanda continua na berlinda. "Mesmo sendo do setor, a gestão dela foi muito fraca, mas não dá para culpá-la. Ninguém é obrigado a ser competente em tudo", resumiu um petista que milita na área cultural.
Duas opções aparecem como prováveis candidatos para a pasta. Um deles é o ex-líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), que chegou a ser cotado para a liderança do governo na Câmara antes da confirmação do nome de Arlindo Chinaglia. Teixeira é visto por militantes do setor como um especialista em "cultura digital". Outra alternativa é o diretor do Sesc São Paulo, Danilo Santos. Uma terceira opção, vista com desagrado por alguns setores do PT, é o da atual diretora do Theatro Municipal do Rio, a cineasta Carla Camuratti.