No entanto, ao final de um ano de governo, de acordo com dados do MST, somente 22 mil famílias foram assentadas. Só do MST, há cerca de 100 mil famílias esperando pelas desapropriações de terra.
“O governo ficou paralisado na desapropriação de terras. Houve o corte no orçamento, a demora em nomear o presidente do Incra . A presidenta assinou um único decreto de desapropriação em dezembro. A burocracia do governo é que gerou esse descontentamento no campo, tanto é que nós, do campo, já fizemos o lançamento público e um chamado de vários movimentos do campo para uma luta conjunta. Já houve a mobilização das mulheres do MST, marcando o dia 8 de março, e, ontem, nos estados do Sul, foram paralisadas várias agências do Banco do Brasil”, destacou Conceição.
No início deste mês, as mulheres camponesas comemoraram o Dia Internacional da Mulher com várias atividades que incluíram manifestações em rodovias, ocupações de fazendas e de órgãos públicos em todo país.
As ocupações das agências do Banco do Brasil, realizadas ontem (13) em vários municípios do Paraná, de acordo com o movimento, têm por objetivo demonstrar ao governo que as linhas de créditos destinadas à agricultura familiar não estão sendo suficientes e as condições de juros e pagamento não atendem às necessidades da população do campo.
“As famílias estão endividadas por conta do sistema criado no início do governo e estamos chamando o governo a reeditar essa medida e isso vai criando um caldo de luta social que está muito mais tensa”, destacou o coordenador.
Entre as organizações que irão se mobilizar para participar da luta conjunta por melhorias no campo estão a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a Federação dos Trabalhares da Agricultura Familiar (Fetraf), o MST e a Via Campesina.